sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Jorge Ben - África Brasil

Ok! Esse é o apogeu e o fim, ambas as coisas rolaram meio que simultaneamente. "África Brasil" um dos álbuns mais incríveis de toda a discografia brasileira lançado em 1976. Não era pra menos pois o time que executa tal projeto pode ser chamado na boa de "Dream Team". Arranjos assinados por José Roberto Bertrami, (exatamente quem você está pensando que é, sim é ele mesmo o cara do Azimuth), todos os arranjos sem exceção são geniais, seguindo em frente... Bateria e Timbales: Pedrinho, Joãozinho e Wilson Das Neves, Baixo: Dadi, Piano: João "Bum", Teclados: J.R. Bertrami, Surdo: Luna, Cuíca: Neném, Percussões: Gustavo, Joãozinho, Djalma Corrêa, Hermes e Ariovaldo. Nos metais: Oberdan e Marcio Montarroios (é mole?), ta bom né?

O álbum inicia com os caras já quebrando tudo no tema "Umbabarauma - Ponta De Lança Africano" que praticamente virou hino de futebol, o groove é alucinógeno rsrsrs, na seqüência uma releitura de "Hermes Trimegisto e Sua Celeste Tábua De Esmeraldo" aqui com o nome de "Hermes Trimegisto Escreveu", "O Filósofo", "Meus Filhos, Meu Tesouro", outra que aparece com nova roupagem é "O Plebeu" que outrora se chamou "A Princesa e o Plebeu" (Ver no álbum de 1964), "Taj Mahal", "Xica Da Silva", composta para o filme homônimo de Cacá Diegues, "A História De Jorge", excelente, "Camisa 10 Da Gávea" homenagem ao Zico, "Cavaleiro Do Cavalo Imaculado" e fechando o pacote "África Brasil (Zumbi)" um releitura extremamente funkeada de "Zumbi" gravado anteriormente na "Tábua De Esmeralda".

A partir desse álbum tanto musicalmente quanto graficamente os discos de Jorge nos deixaram a desejar, não sei se foi pela troca definitiva do violão pela guitarra (isso não faz sentido pra mim partindo do princípio de que esse álbum foi todo feito com guitarra, ou seja, faria sentido se o mesmo fosse ruim), outra hipótese? No álbum seguinte ele já não esta mais na Philips, Jorge migra pra SomLivre... Mais outra hipótese: O uso de roupa branca "All the Time" a la Roberto Carlos rsrsrsrs, essa foi sem noção né? Mas é que eu to tateando e não consigo chegar a nenhuma conclusão. O "Ben" continuou ainda por algum tempo mas já não era mais "Ben" de fato, creio que o "Jor" estava começando a fazer morada até assumir o posto e ser isso que hoje em dia lamentavelmente ouvimos como sendo o Jorge. Eu realmente tenho uma enorme dificuldade de aceitar que é a mesma pessoa.

Em termos de visual os álbuns ficaram cada vez piores, penso que talvez seja pra se igualar com o conteúdo... radical?... hummmm... Talvez, mas vá lá tiveram momentos de ressurreição como em "23" de 1993 (talvez pelo fato de ser ano de comemoração de 30 anos de carreira), mas ficou por aí, durou um álbum e ainda assim... Bom a questão toda é que embora ele tenha ido daqui pra outra, eu sou extremamente grato por todos esses álbuns divinamente concebidos (1963-1976), que fazem minha cabeça até hoje e que com certeza continuarão fazendo até sabe Deus quando.

Salve Jorge, Salve o Ben, Salve o Rei Do Sacundingunden!!!


Para Baixar e Sair Sacundindo: Jorge Ben - 1976 - África Brasil


Postado Por Marcel Cruz

4 comentários:

Anônimo disse...

concordo com essa cronologia qualitativa da carreira de jorge ben. mas o que ele fez de bom entre 63 e 76 é incrível, embasbacante, inigualável. por isso, hoje e sempre eu digo: salve jorge, o maior de todos!!!!

juliano tejada

Anônimo disse...

Meus parabéns!
Seu blog é incrível...Sensacional!

Carolina Belizário disse...

Boa leitura....

E blog incrível!

Anônimo disse...

Jorge Ben (também dispenso o Jor) é um caso à parte na música brasileira. É minha maior referência musical, meu ídolo, não tem músico igual a ele no país, e acho que não surgirá outro músico assim. Pra mim, nenhum outro músico, quer seja brasileiro ou estrangeiro, supera Jorge Ben. Rei do suingue, do ritmo e do samba-rock, esse homem sozinho tornou-se um movimento musical muito mais divertido e bonito que a própria bossa-nova, a jovem-guarda e o tropicalismo. Salve Jorge, maior músico que o Brasil já conheceu.
Realmente concordo que o Jorge mudou muito após 1976. As músicas realmente já não são mais as mesmas, nem a voz nem a performance dele. Ressalva única feita ao álbum de 1978, seu primeiro álbum fora da Philips-Phonogram, o álbum "A Banda do Zé Pretinho". Não é tão bom como "África Brasil", "A Tábua de Esmeralda" e outros da fase de ouro de Jorge Ben, mas é excelente também, e nele o talento de Jorge Ben continua intacto, sem tirar nem pôr.
Mas sem dúvida o melhor disco que já ouvi foi mesmo "África Brasil", a maior viagem musical de que tenho notícia. Psicodelismo, samba, rock, pura África, tudo isso num disco só. Insuperável.