terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pausa Devido a Correria

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"Bom dia, boa tarde, boa noite amor, amo ô or..." 
É com essa música do Jorge Ben que inicío tal postagem pois não sei que horas você meu querido leitor estará lendo isso. 

Bom, to aqui pra me desculpar da ausência e avisá-los que estou vivo, rsrs. Apenas numa correria lascada (correria boa, graças a deus!), não sei quando volto, espero que logo, por isso peço que me avisem sobre links quebrados e afins, essa manutenção é susse de fazer, o difícil ta sendo sentar para escrever. De mais a mais é isso, tomara que em breve eu esteja sacundindo por aqui novamente, no momento ta embassado.
Mais uma vez meu muitíssimo obrigado pelas visitas, espero que continuem aparecendo por aqui, dêem uma geral no blog, desbravem o que já está aí, comentem!!! O sacundin só está de licença premio, mas continua vivivinho, vivinho.

É isso aí, vamo que vamo  que o som da vida não pode parar!!! Abraços!!! Valeu!!!


Marcel Cruz
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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quatro anos de Sacundin!!!

É meus queridos, mais um aninho de Sacundin, apesar da minha displicência e minha falta de tempo estamos aí, firmes e fortes. Mais uma vez aproveito para agradecer o carinho de todos os frequentadores, que em alguns casos acabaram até tornando-se amigos. Obrigado pelas trocas, críticas, elogios, enfim obrigado por toda essa interatividade que o meio nos proporciona e fazemos bom uso dela.

É isso aí! Esse espaço é para vocês e vocês são a condição 'sine qua non' para que ele continue vivo.

Mais uma vez obrigado pela parceria e é como eu sempre digo...

"Vamo que vamo que o som não pode parar!!!"

Marcel Cruz


sábado, 16 de julho de 2011

Romulo Fróes - No Chão Sem o Chão

Foi através de um comentário de Facebook que cheguei até a música de Romulo Fróes, o comentárioindicação se referia ao mais recente lançamento de Romulo (Um Labirinto em Cada Pé) , procurei por ele e como a primeira coisa que apareceu foi o álbum anterior, resolvi começar pelo que tinha em mãos... "No Chão Sem O Chão". Que belo começo!!! Peguei de cara o supra sumo da obra "romuloneana" e na minha humilde opinião o melhor álbum de sua discografia. Depois baixei o mais recente, é muito bom mas não me atingiu tanto quanto este que aqui se encontra, haja vista que grudei nele e faz pelo menos uma semana que não escuto outra coisa.

Estou ficando cada vez mais chapado pelo som dessa galera "nova" que está pintando principalmente em Sampa e por aí. Romulo é um deles e está junto com Kiko Dinucci, Tulipa, Criolo, Juçara Marçal, Iara Rennó, entre outros, no momento ainda não temos um rótulo de movimento ou gênero, aliás, na verdade temos, foi lendo a matéria sobre o disco do Criolo que saiu na revista Bravo! que encontrei a alcunha ideal para essa galera: "Geração dos sem rótulos nem bandeiras", muito bom isso! rsrs.

Em "No chão Sem o Chão" Romulo se supera e vira um camaleão musical transitando por gêneros variados com uma maestria de se admirar, li em uma entrevista que esse foi um disco de transição e que ao longo de sua concepção rolou uma substituição natural do time de apoio, sambistas se afastando e "roqueiros" comprando a idéia e se aproximando, fora isso ainda temos nele outros agregados que dão um tempero ímpar ao volume. O resultado não poderia ser melhor.

Romulo já chega com a promessa (velada) de dar overdose no ouvinte, um disco duplo com cara de triplo, são ao todo 33 faixas, 118 minutos!!! Praticamente 2h sem tirar de dentro! Produção pra lá de intensa. E é claro que não posso deixar de citar o trabalho genial dos letristas parceiros: Clima e o artista plástico Nuno Ramos.

Essas faixas estão divididas em dois volumes que se complementam e foram denominados como: "1ª Sessão: Cala a Boca Já Morreu" e "2ª Sessão: Saiba Ficar Quieto".

O Power Trio base é de primeira, a começar pelas bateras muito bem executadas de Curumim, exatamente esse que você ta pensando, Guilherme Held comanda as guitarras que mostram claramente entre outras coisas uma forte influência 'Lannygordiniana' (além das guitas ele ataca de Bandolim em uma das faixas) e no baixo está mais um do clã "Sá": Fabio Sá. Os arranjos de metais ficaram a cargo de outra figuraça do meio musical paulista: Bocato! O rei do trombone e ex-integrante do Isca De Polícia banda de apoio de Itamar Assumpção.

Romulo foi extremamente feliz na escolha das participações, cada uma deixou sua marca e contribuiu para embelezar ainda mais o álbum. Ao longo do disco nos deparamos com 5 vozes femininas distintas, fora o coro que aparece em dois momentos dos volumes. São elas, por ordem de 'aparição': Mariana Aydar da o ar de sua graça em "De Adão Pra Eva", Anya aparece improvisando loucamente em "Ela Me Quer Bem", Nina Becker manda benzaço em duas faixas "O Que Todo Mundo Quer-Ninguém Liga" e "Astronauta", Lulina divide os vocais de "Se Eu For", deu conta do recado com os pés nas costas. Fechando o quinteto de mulheres temos a participação de Andreia Dias que, talvez pelo estilo da composição, me remeteu a Marília Baptista e Noel Rosa na gravação de "De Babado", entre outras referências da velha guarda, achei ducaráááleo!

Outras participações especialíssimas contidas no álbum são: ainda nos vocais o coro da "Velha Guarda Musical Da Nenê De Vila Matilde" em duas faixas: "Manda Chamar" e "Caveira", essa última também conta com a guitarra solo do papa Lanny Gordin, que da uma esmirilhada na menina, rsrs. Lanny participa de mais outra faixa "Ou Nada", que além de Lanny conta com o piano envenenado de André Mehmari que da um show a parte em "Sei lá".

Fora as musicas que citei dou destaque para "Deserto Vermelho": Bocato fez um arranjo de metais de primeira, "A Anti-Musa": que está entre minhas preferidas, tem um solo do Guilherme Held tão foda que antes de ver a ficha técnica achei que fosse do Lanny, fora isso letra e música geniais! e a valsa de onde foi tirada o nome do disco: "Pierrot Lunático", viciei muito nessa faixa. "Anjo" e "Só Você Faz Falta", também são fooooda! Caraca, são tantas boas que só ouvindo mesmo, ta bom de palavrório né não? Agora é com vocês!


"...Que idiota pateta... Pierrot Lunático... Foi pisar na valeta... Na sarjeta dos astros..."


PS* Agradecimentos especialíssimos ao Vitor Moraes que me passou a ficha técnica do álbum por telefone, valeu irmão!!! rsrs



Para Baixar e Sair Sacundindo: Romulo Fróes - 2009 - No Chão Sem o Chão


Para Saber Mais: MySpace - Bio - Entrevista




Postado Por Marcel Cruz

terça-feira, 5 de julho de 2011

Stella Viva - 4 Canções

Mais um santo de casa! Ou seriam santos emprestados para a casa?

Eles dizem que sua maior inspiração/referência/influência é o Clube Da Esquina, não sei se é porque eu ouvi muito pouco mas eu não consigo enxergar essa referência como principal, até porque eu de fato não sou fã de tal movimento, não me pegou - haja vista a ausência de posts referentes ao assunto no Sacundin, talvez eu ainda vá aprender a gostar - mas do Stella sou fãzaço. Vejo tanta coisa foda misturada aí e com tamanho bom gosto que me nego a concordar com esse dado, mas enfim, continuemos, rsrs.

O Stella é formado por 4 músicos: instrumentistas polivalentes e extremamente criativos. Sergio Monteiro Freire nas guitarras sintetizadores, saxes e vocais, Fernando Rischbieter nas guitarras, flautas e vocais, Rafael Costa no Baixo e vocais e Júlio Epifany na bateria. A banda surgiu em 'Curita' mas para variar não tem nenhum curitibano na mesma, Serginho é do Piauí, Júlio de Pernambuco, Fernando e Rafael são de Santa Catarina, ou seja, Curitiba foi apenas uma coincidência, ela se tornou um ponto de encontro de músicos geniais, que consequentemente acabam formando bandas também geniais.

O EP 4 canções é a estréia do Stella-Viva no mercado, foi lançado no finalzinho de 2008. De lá pra cá a banda alternou apresentações entre Curita, Sampa e Blumenau. Uma coisa a dizer: Azar de quem perdeu! Pois os shows são memoráveis, o último que vi foi no James (um pub aqui da terrinha) e foi ducaráááleo!

Esta previsto para o fim do ano - isso já é quase uma lenda, rsrs - o lançamento do primeiro álbum do Stella, tive a oportunidade de ouvir algumas prévias e já vou adiantando que está fuderosíssimo, quando sair falarei mais a respeito, por hora e pra já ir aquecendo os ouvidos vamos falar do EP.

Tudo o que se pode dizer em 4 canções está dito, arranjos elaboradíssimos e de puro bom gosto, tanto nas escolhas dos timbres, das formas e da sequência. As músicas contidas aqui a princípio fariam parte do álbum mas acabaram ganhando vida própria e se materializaram no referido EP.

As composições feitas pelo Stella pedem que o ouvinte pare para ouvi-las, são possessivas e exclusivistas, no bom sentido é claro, rsrsrs, não tente ouvi-las de prima fazendo outras coisas, é quase erudita, talvez seja de fato, informações mil que chegam a inchar o ouvido, explosões de sonoridades e riqueza de detalhes que na vigésima ouvida você ainda encontra novidades... tudo isso em apenas 4 canções...

Prestem atenção na batera e nas conversas das guitarras, são realmente de foder! É isso aí, vamo que vamo que o som não pode parar!!!

"Minha sorte minha velha irmã, quem nunca te disse o tempo voa..."


Para Baixar e Sair Sacundindo: Stella-Viva - 2008 - 4 Canções


Para Saber Mais: Trama Virtual Stella Viva


Para Assistir e Sacundir: Frevo - Aeromoça (uma prévia do que vem pela frente)


Postado Por Marcel Cruz

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Kiko Dinucci - Metámetá

Sabem aqueles discos que a principio você não espera muito, mas mesmo assim põe pra rodar porque foi uma indicação de um amigo de confiança?(de novo o Fernando Rischbieter - Fêrni - do Stella, sim o mesmo mencionado na postagem anterior). Você diz massa, vou ouvir, da uma passadinha nas faixas mas não ouve na hora. Aí numa tarde qualquer, ou cair da noite, você resolve parar pra ouvir...

Vai a primeira musica, você diz, puxa vida é bom, vem a segunda você pensa: puxa, é bom mesmo, terceira, caraca é muito bom!!! E por aí vai. Isso acaba de acontecer comigo e o álbum em questão é o "MetáMetá", do 'multiartistapaulista' Kiko Dinucci. Como era de se esperar de um trabalho como esse... To chapando paracarááááááááleo, rs.

O disco vai te ganhando a cada faixa, são 10, na décima você está amando loucamente e pronto para por para ouvir outra vez.

Dinucci não está sozinho nessa, pelo contrário, vem extremamente bem acompanhado. Os vocais, na maioria das faixas, ficaram a cargo de Juçara Marçal, dona de umas das mais belas vozes que já ouvi, os saxes e flautas ficaram a cargo de Thiago França. A elegância do som de Thiago é outro elemento que potencializa a unicidade estética do álbum.

Se prepare para viciar! Esse som ao entrar em seus ouvidos faz com que o cérebro libere uma substância cientificamente denominada de 'viciusmetá' e o organismo atingido sentirá a necessidade de ouvir mais e mais o "Metámetá". Ainda não tenho idéia de quanto tempo dura o vício ou como é a crise de abstinência, pois acabo de virar um "freakmetá", mas não estou sozinho, já tenho notícias de outros viciados. Essa audiodrug está a apenas um mês no mercado, um dos fatores que contribui ainda mais para sua disseminação é que ela é grátis, você pode consegui-la aqui mesmo - virei fornecedor, kkk - ou no 'sítio' do próprio criador.

Brincadeiras a parte, estamos diante de uma obra prima de primeira grandeza. A linha composicional de Kiko é desconcertante, ele tem uma 'finesse' incrível para compor, todas as faixas foram muito bem concebidas e trabalhadíssimas. Outra sacada genial foi a disposição das faixas no album, não poderia ter sequência melhor, pois ao término da penúltima música contida no volume Kiko, Jussara e Thiago, a santíssima trindade, inevitavelmente, conseguiram deixar seus ouvintes extasiados. O golpe fatal vem em forma de afrobeat, "Ora Iê Iê O" que retoma "Oranian" e "Oba Iná" 7ª e 8ª do disco. Ouvindo com mais atenção da para sacar bem o que seria um suposto lado A e um Lado B, a sequencia parece ter sido pensada para o formato de LP.

Influências mil todas muito bem utilizadas. "Samuel", por exemplo, uma das minhas preferidas me arremete a Baden, enxergo João Gilberto em "Obatalá", Fela Kuti diluído e assumido ao longo do álbum e por aí vai, são tantos em um só que realmente emociona.

Mas chega de devaneios! Tirem vocês suas próprias conclusões... Salve Kiko e obrigado por um som tão bom como este!


"...Abram caminhos para o Rei, sorriam ao invés de se curvar..."


PS* Quem segura as bateras do disco é o excelente Sergio Machado, que diga-se de passagem, honra o sobrenome que tem.



Para Baixar e Sair Sacundindo: Kiko Dinucci - 2011 - Metámetá


Para Assistir e Sacundir: Entrevista Metrópolis 2010 Parte 1 - Parte 2




Postado Por Marcel Cruz

terça-feira, 14 de junho de 2011

Copacabana Club - Tropical Splash

Esses dias conversando com o Fêrni do Stella-Viva, saiu o comentário de que santo de casa não faz milagres. A gente até riu da ironia e sarcasmo da sentença, mas, meus queridos, ultimamente nossos santos têm feito milagres a torto e direito.

Confesso que tenho sido bastante omisso com relação ao som que se tem produzido nessa minha cidade, e não por não gostar, mas pelo fato de que o blog em si não tem o caráter de divulgação e tal. Na verdade aqui só aparece o que de fato me bate batendo, sabem aquela sensação de espancamento que você sente quando põe um álbum pra rodar e tal, são os discos que me causam isso que figuram no repertório sacundíndico.

Mas não achem vocês que esses "milagres" estão acontecendo do dia pra noite, já tem um tempinho que vejo coisas geniais pipocando por aqui, eu é que fiquei acompanhando a distância sem muito falar, até então da terrinha só tinha aparecido o trabalho do Wandula e do Marcelo Torrone.

Porém, o disco de estréia (desconsiderando o EP) do "Copacabana Club", que acaba de ser lançado, me fez sair do meu "curitimusicomudismo". Ouvindo o "Tropical Splash" senti um puta orgulho de, além de ser amigo de um dos integrantes, ser da mesma cidade dos 'Copacabanas' (nossa, como coube tanto bairrismo numa mini frase dessa? rsrsrs).

O conjunto da obra está tão coeso e com uma consistência tão foda que você pode ouvi-lo inúmeras vezes sem se cansar, aliás, se for cansar talvez seja de dançar, porque você inevitavelmente dança ao ouví-lo. É um álbum que dispensa ficar procurando as referências desse ou daquele som, ele simplesmente pega e atinge o que tem que atingir de maneira espetacular! Recomendo que ouçam no último volume e deixem-se levar!!!

A arte gráfica é um caso a parte, a capa foi desenhada pelo multi-artista, também da terrinha, Rimon Guimarães, que além de artista plástico é cantor e comedor de frutas de um projeto muito bacana que tá despontando por aqui o: Trombone de Frutas.

Rimon fez uso de uma linguagem primitivista para conceber o traço de suas mulheres, além do traço, o bom gosto na escolha das cores potencializa ainda mais a beleza da tela. Essa tela a princípio não tinha sido feita para o projeto da capa, a idéia de usá-la veio depois e acabou combinando perfeitamente com todo o conjunto. Vale conferir o Flick do Rimon. É isso aí! Agora é baixar e cair no sacundin!

Ah! Aguardem que virão mais santos de casa com seus milagres sonoros... "E vamo que vamo que mesmo com geada o som não pode parar!!!"


Para Baixar e Sair Sacundindo: Copacabana Club - 2011 - Tropical Splash




Para Assistir e Sacundir: Just Do It


Postado Por Marcel Cruz

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Fela Kuti And The Africa'70 - Open & Close

Fazia algum tempo que eu estava para fazer uma postagem sobre o Fela Kuti, acho que mais de dois anos, mas até então estava só na cabeça e nunca tinha tido o impulso de fazê-la de fato. Esse mês resolvi mergulhar na obra desse Nigeriano ímpar e me surpreendi com as várias descobertas a seu respeito, foram muitas informações que eu desconhecia, e que não poderiam ficar sem serem ao menos mencionadas.

Tarefa árdua a de falar da vida de Fela em apenas uma postagem, é bem possível que eu não dê conta mas...

Vamos lá:

Fela Ransome Kuti era o tipo de cara que poderia muito bem ser o "mauricinho" nigeriano, a familia era de uma linhagem da nobreza Nigeriana, ele tinha tudo, e em tese não precisava trabalhar ou ralar. Bom, felizmente isso não aconteceu. Fela, que foi enviado para estudar medicina em Londres, resolveu trocar o curso de medicina para o de música. Suas primeiras gravações datam de 1963 e sua banda de apoio era o Koola Lobitos.

Tanto a banda como o próprio Fela mudariam seus nomes. 1969 foi o ano divisor de águas, tanto na carreira artística como na visão política que Fela tinha até então. É gritante a mutação que ocorre na obra dele, vemos uma fortíssima influência do funk americano em seu álbum lançado naquele ano e intitulado "Fela Fela Fela". Junto com a overdose musical, Fela não só teve contato, como vivenciou alguns momentos do movimento black power que explodia nos EUA, a partir desses fatos o músico se transformou profundamente e voltou para Nigéria tornando-se um ativista político fervoroso.

Essa nova postura fez com que Fela colecionasse inimigos poderosos. Ao voltar, ele mudou o nome da banda para Nigéria 70, nome que foi efêmero (foi usado apenas na prensagem da primeira edição de um compacto), o nome definitivo que vigoraria até o início dos anos oitenta foi AFRICA 70.

Mas não foi apenas o nome que se alterou, o som também ganhou características peculiares, e, dessa maneira, nasceu o gênero "felakutiano" que foi batizado de Afrobeat.

Esse som começa a aparecer de maneira consistente a partir de 1970/71. Fato constatado no àlbum aqui presente. Um dos primeiros álbuns de uma discografia gigantesca, mais de 50 títulos, "Open & Close", pelo que pude constatar, foi um dos vários álbuns de Fela lançado naquele ano, encontrei ainda com essa data, entre outros, os títulos "Na Poi" e "Fela & Ginger Baker - Live".

Fela dizia que a música era sua arma e com ela denunciava muitas injustiças que presenciava. Delator dos poderosos, com sua música cutucava as feridas da desigualdade de todas as maneiras que podia. Ele queria ser presidente da Nigéria, chegou a se candidatar mas não foi eleito, e se intitulava como o "Black President". Essa postura teve seu preço, Fela sofreu represálias homéricas, numa delas, além de apanhar quase até a morte, teve a perda da mãe que morreu drásticamente pelas mãos de seus carrascos.

Um fato que me intriga bastante é o de que, levando em conta o objetivo de fazer de sua música uma arma e o formato que ele optou dar para suas gravações, temos um paradoxo curioso pois, Fela restringiu a sua obra apenas aos Nigerianos e não quis usar um formato popular que atingisse mais gente, procedimento que, apesar de posteriormente ter ganhado o mundo, poderia dar um poder ainda maior para sua empreitada. Deixem eu me explicar melhor:

Primeiro ponto: As músicas gravadas por Fela em sua esmagadora maioria possuem mais de 10 minutos de duração, isso significa que espaço em rádio é mais difícil de se conseguir, mesmo levando em conta que estamos nos anos 70, e não só isso, as letras de maneira geral só vão aparecer uns 3 ou 4 minutos depois de começada a música.

Segundo ponto: Fela, a partir do momento que gravava uma obra, não mais a tocava, ou seja, se você fosse a um show de Fela com a intenção e o desejo de ouvir ao vivo o que tinha ouvido no disco, você sairia frustrado, é claro que o show deveria ser genial e talvez você nem viesse a sentir falta, disso mas...

Terceiro ponto: As letras são uma mistura de dialetos africanos, apesar de que Fela criou um híbrido lingüístico entre esses dialetos e o inglês, alternando entre ambos. Mesmo assim acho que é restritivo. Paradoxal não?

De qualquer maneira Fela Kuti foi, embora não oficialmente, o rei negro da Nigéria, o Black President que deixou sua marca na história daquele país.

Tem tanta coisa interessante e curiosa pra se falar de Fela... e olha que eu nem mencionei seu harém que chegou a ter 27 mulheres...

Falando nisso e em tempo: a biografia de Fela acaba de ser traduzida para o português e ganha edição nacional, aos interessados esse é um excelente presente para se auto-presentear! rsrs

Está bom né? Me estendi demais, não sei nem se tiveram paciência de ler o post inteiro, mas se chegaram até aqui, valeu!!! rsrs.

Abraços e vamo que vamo que o som não pode parar!!!




Para Baixar e Sair Sacundindo: Fela Kuti And The Africa'70 - 1971 - Open & Close




Para Assistir e Sacundir: A Música é a Arma Parte 1 - Parte 2 - Parte 3 - Parte 4 - Parte 5 - Parte 6


Postado Por Marcel Cruz

terça-feira, 3 de maio de 2011

Morphine - 1993 - Cure For Pain

Sax barítono, bateria e baixo com apenas duas cordas tocadas com Slide. Uma formação bem inusitada para um power trio, já que no geral os "powers trios" tem a guitarra como centro das atenções.

Mas ser comum não era uma idéia que devia passar pelas cabeças de Mark Sandman, Dana Colley e Billy Conway.

O Morphine surgiu em 1989 e teve 10 anos de existência. Eu conheci no ano que acabou, quem me apresentou esse som foi o Larini (mais uma que devo a ele, rsrs) foi ouvir e viciar, me pegou de prima. Além do som ser muito bom e incomum o fim da banda como não poderia deixar de ser também foi inusitado. Rolou em Julho de 1999 no "Nel Nome Del Rock Festival" - que acontecia no Jardim Do Príncipe em Palestrina cidade italiana que fica próximo a Roma - durante o show Mark teve um ataque cardíaco em pleno palco, dizem que a princípio foi confundido com performance mas infelizmente não era. Com a morte de Mark a banda se desfez.

O legado deixado pela banda é composto por 11 álbuns de "Low Rock" (definição dada pelo próprio Mark): cinco de estúdio, um gravado ao vivo, um de B-Sides, duas coletâneas e dois póstumos com materiais inéditos. PS* o Quinto em estúdio também teve lançamento póstumo.

O que temos aqui é o segundo álbum deles, foi lançado em 1993 e é pra mim um dos melhores. Nele temos as clássicas "Buena, "In Spite Of Me", "Mary Won't You Call My Name?", "All Wrong" e "Cure For Pain", faixa que dá nome ao álbum. São 13 faixas no total, das quais duas são vinhetas instrumentais, 37 minutos e 48 segundos de uma música que em si diz tudo o que tinha que ser dito! Creio que irão gostar...

PS* Aproveitando o gancho, acabou de estrear nos EUA - agora nesse fim de semana 29.04.2011 - um documentário sobre Mark Sandman, e que leva justamente o título deste álbum. Vamos ver quando chegará nas nossas telinhas. O consolo é que se não chegar temos a rede a nosso favor, rsrsrs. Abaixo tem um link para o trailer.



Para Baixar e Sair Sacundindo: Morphine - 1993 - Cure For Pain





Postado Por Marcel Cruz

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sharon Jones & The Dap-Kings - 100 Days, 100 Nights

Sharon Jones, a diva redescoberta! É emocionante ouvir algo que vem da alma de fato. Ao se deparar com a biografia de Sharon, me pus a imaginar: como devem existir inúmeras "Sharons" ocultas, esquecidas ou perdidas por aí.

Prestes a completar 55 anos no dia 04 de Maio, Sharon já tem seu público cativo conquistado. O aparecimento de Sharon e sua excepcional banda, "The Dap-Kings", para o grande público deu-se nos idos de 2005, quando a então recém chegada no cenário internacional Amy Whinehouse ouviu o trabalho deles e requisitou o time para ser sua banda de apoio no álbum "Back To Black". Lançado em 2006 e aclamado pela crítica, essa parceria contribuiu para que o álbum ganhasse 4 dos 6 Grammys Awards em que foi indicado. Essa vitrina toda acabou sendo extremamente benéfica para Sharon & Os Dap-Kings, pois o agendamento de shows se multiplicaram.

De qualquer maneira Sharon Jones e sua trupe já estavam predestinados a conquistar o grande público. O primeiro álbum que lançaram foi em 2002, muito bem recebido pela crítica foi também o trabalho de inauguração do, hoje respeitabilíssimo, selo DAPTONE. Os trabalhos desse selo tem uma característica peculiar frente a toda essa tecnologia que vemos hoje em dia: usar os equipamentos e aplicar as técnicas de captação/gravação como nos estúdios de outrora, ou seja, totalmente "roots", essa é a sonoridade que imprimem em suas empreitadas, o encontro de Sharon com os Daps foi perfeito e aconteceu em boa hora. Eles tinham o estúdio e a banda, faltava a cantora! Bingo!!!

Sharon, nascida na mesma cidade de James Brown, começou a cantar na década de 70, participou como Backing Vocal em vários álbuns dos selos Motown e Stax, mas nunca teve a oportunidade de fazer um registro seu, nas palavras dela o que aconteceu foi o seguinte:

"Ninguem me aceitava na indústria da música. Diziam que eu era muito negra, que eu era muito gorda... Diziam que eu era muito nova, que eu não era bonita o suficiente. Aos 25 anos, me disseram que eu já estava velha demais... aí fui fazer outras coisas."

Diante disso só tenho uma coisa a dizer, azar foi o nosso que ficamos esse tempo todo privado de ouvir Sharon. Mas...

Antes tarde do que nunca, aí está: Sharon Jones & The Dap-Kings!!!

O que trago aqui é o terceiro álbum deles, foi lançado em 2007 é o mais aclamado pela crítica, os anteriores são tão bons quanto, mas esse tem uma pegada vintage muito foda, que abrange tudo o que se possa pensar relacionado ao mesmo. É como se voltássemos no tempo 40 anos e presenciássemos o lançamento de algum disco da Motown, Chess ou da Stax Records. Além da maneira com que foi gravado e da caracterização da banda, eles também tiveram o zelo de produzir o material em vídeo, com câmeras de TV da época que, segundo consta, foram compradas por 50 dólares no eBay, fino não?

Quem assinou a direção dos vídeos foi Adam Elias Buncher.

Com relação ao conteúdo: O disco conta com 10 faixas, todas no melhor estilo do R&B, Funk e Soul. A performance da banda é impecável, e a dela arrasadora. Sugiro que assistam os vídeos que estão no link abaixo pra terem uma idéia do que logo terão em suas máquinas, creio que após vê-los será praticamente impossível que não queiram ter o álbum inteirinho, rsrs. É isso aí!!! Vamo que vamo uhulll!!!


Para Baixar e Sair Sacundindo: Sharon Jones & The Dap-Kings - 2007 - 100 Days, 100 Nights


Para Saber Mais: MySpace - Homepage


Para Assistir e Sacundir: 100 Days, 100 Nights - Tell Me


Postado Por Marcel Cruz

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Breakestra - Dust Till' Dawn

Curtis Mayfield, James Brown, Sly And The Family Stone, Maceo And All The Kings Man e The Metters! Todos colocados num liquidificador em doses perfeitas e teletransportados para o ano 2000!!! Esses são alguns dos "in'flu'gredientes" que encontramos nessa vitamina funk criada pela genial Breakestra no álbum "Dusk Till' Dawn", sem dúvida alguma um dos melhores lançamentos de 2009 da StrutRecords.

A Breakestra vem fazendo bonito desde que pareceu com seus "The Live Mix Partes 1 & 2" lançados em 1999 e 2000 respectivamente. Em 2005 lançaram pela Ubiquity Records "Hit The Floor" e em 2009 essa porrada que temos aqui. O mentor de toda essa grovera é o multinstrumentista Miles Tackett que carrega a sugestiva alcunha de MusicMan.

A Breakestra é uma das principais integrantes do movimento NewSchoolOfFunk, o nome do grupo surgiu a partir da união de dois conceitos: o Break que vem do Breakbeat (aquela fatia de 10 segundos de groove percussivo que encontramos nos clássicos do funk e que loopeados pelos DJ do Bronx na década de 70 se tornaram a base do movimento hip-hop) e Arkestra que faz total referência as concepções do desvairado Sun Rá. Essa etimologia foi explicada por Egon, cabeça do Stonesthrow Records selo que lançou o grupo em 1999.

O álbum é composto por 15 faixas, uma hora e quinze minutos de puro groove!!! Reouvindo-o novamente me encontrei no dilema do dar destaque, todo o álbum é foda então vou me ater as participações e integrantes.

Atualmente a Breakestra é formada por seis integrantes: Miles Tackett (guitarra, baixo, bateria), Double G (saxofones tenor e barítono), Paul "The Badger" Vargas (trompete), Carlos Guaico (orgão), Josh Cohen (bateria) e Dave Chegwidden (percussão), nesse álbum temos as excelentes contribuições da cantora Afrodyete em "Come On Over" e do rapper Chali 2na em "Posed To Be".

Ah! A faixa "North-East To Nippon" poderia muito bem se chamar "TheMetteriana" rsrs.

Prontos para cairem no sacundin?

Então s'imbora!!! Vamo que vamo que o som não pode parar!!!


Para Baixar e Sair Sacundindo: Breakestra - 2009 - Dust Till' Dawn


Para Saber Mais: MySpace - Homepage Breakestra


Para Assistir e Sacundir: Come On Over - From Dusk Till' Dawn


Postado Por Marcel Cruz

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Paulinho Da Viola - Nervos De Aço

"... Você sabe o que é ter um amor meu senhor? Ter loucura por uma mulher? E depois encontrar esse amor meu senhor, nos braços de um outro qualquer..."

Desilusões amorosas, crônicas policiais, meta-samba, auto-reflexão e choro, são alguns dos elementos que encontramos em "Nervos De Aço". Sem dúvida um dos melhores álbuns de Paulinho Da Viola.

Lançado em 1973 a empreitada contou com arranjos magistrais de Cristovão Bastos, Maestro Gaya, Nelsinho, Copinha e do próprio Paulinho.

O time que acompanhou dispensa comentários vejam só: Copinha nas Flautas e Clarinete, Cristovão Bastos - Piano, Piano Eletrico e Cravo, Nelsinho no Trombone, Dininho no Baixo, Baterias de Juquinha e Elizeu e na seção rítmica Elton Medeiros e Dazinho.

São 10 composições, metade assinadas por Paulinho, as demais são de Mijinha (Sentimentos), Lupicínio Rodrigues (Nervos De Aço), Zé Da Zilda, Carlos Cachaça e Cartola (Não quero Mais Amar a Ninguém), Jorge De Castro e Wilson Batista (Nega Luzia) e Chico Buarque (Sonho De Um Carnaval).

Das 5 composições assinadas por Paulinho, 4 acho geniais, a 5ª o que salva é o arranjo pois é repetitiva e bem chata, não fosse a roupagem seria insuportável ouvi-la, mas vamos aos detalhes:

1ª - Comprimido: Crônica dramática policial, Paulinho foi extremamente feliz nessa composição, letra, melodia e arranjo fazem dessa uma de suas obras-primas

2ª - Não Leve a Mal: Uma espécie balanço e ação pós carnaval relacionada a escola de samba Portela.

3ª - Roendo as Unhas: Essa é a dita cuja! A melodia é extremamente chata e repetitiva, a letra acaba tornando a composição um meta-samba mas que não diz nada (não sei se teria de dizer algo) a meu ver totalmente dispensável, o arranjo me agrada mas não é suficiente pra me fazer gostar de fato da composição, resumindo eu a teria limado antes de prensar o disco, rsrs.

4ª - Cidade Submersa: Samba canção lindíssimo, a orquestração ficou perfeita, as conversas entre Piano Eletrico, Trombone e Clarinete dão um toque de extrema elegância que é potencializada quando entra em cena o naipe de cordas. Muuuito bom!!!

5ª - Choro Negro: Por essa eu tenho um carinho mais do que especial, pois além de ser um choro lindíssimo me traz memórias muito boas, lembro que conheci esse tema em 2002/2003 tocado por um grupo de choro daqui de Curitiba chamado "Ebubu Fulô", foi a época que tive um bar (já mencionado em outras postagens). Esse grupo tocava lá todo domingo e o tema acabou marcando esse período da minha vida, doce lembrança!

Bom, acho que é isso, tirem suas próprias conclusões, apreciação recomendadíssima!!!

"...Sentimentos, em meu peito eu tenho demais..."


Para Baixar e Sair Sacundindo: Paulinho Da Viola - 1973 - Nervos De Aço


Para Assistir e Sacundir: Choro Negro


Postado Por Marcel Cruz

sábado, 19 de março de 2011

Paulinho Da Viola - Dança Da Solidão

Eita que esse dossiê do Paulinho ta devagar né não? rsrsrs.

Bom meus queridos, eu (como sempre) me desculpando novamente pela ausência, mas enfim, aqui estou para dar continuidade a saga musical em torno da obra do genial Paulinho Da Viola.

O que temos agora é o 5º álbum solo de Paulinho (irei até o 6º), lançado em 1972 e que carrega em seu âmago preciosidades sonoras das quais algumas tornaram-se clássicos do cancioneiro popular como "A Dança da Solidão", faixa que da título ao álbum, o partido alto "No Pagode Do Vavá", "Acontece", composição de Cartola que ganhou uma roupagem 'abolerada' e "Falso Moralista" de Nelson Sargento, além dessas ainda temos os hits "Guardei Minha Viola" e "Meu Mundo é Hoje" composição de Wilson Batista também gravada por Jorge Veiga.

Li uma resenha em que o crítico colocava esse como um dos melhores álbuns de Paulinho, apesar de ser composto por vários hits pra mim não chega a entrar na lista dos melhores, é um bom disco mas fico por aqui, rsrs. Na verdade as vezes ele me cansa um pouco. Mas de qualquer maneira vale a pena conhecer. Acho que é isso, não to muito inspirado hoje né? Então por hora basta, rsrs.

Ah! O link do youtube que deixo ali embaixo vale a pena ser visto, não deixe de assisti-lo.

É isso aí!!! Vamo que vamo!!! Uhullll!!!


Para Baixar e Sair Sacundindo: Paulinho Da Viola - 1972 - Dança Da Solidão


Para Assistir e Sacundir: Paulinho da Viola Ensaio 1972


Postado Por Marcel Cruz

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Paulinho Da Viola - Paulinho Da Viola

Segundo disco da safra de 1971, não possui nenhuma ousadia 'extra-samba' como no álbum anterior, mas meu neguinho confesso que não faz a menor falta!.

71 foi realmente um ano extremamente fértil para Paulinho. Tão bom quanto o anterior esse álbum também é recheado de preciosidades sonoras. Originalmente o volume é composto por 12 faixas, mas aqui trago a versão digital remasterizada que possui duas faixas bônus lançadas somente em compacto na época.

No álbum temos as geniais: "Perder e Ganhar", que abre o volume seguida de "Sol e Pedra", composição dedicada a Nelson Cavaquinho. A terceira faixa é a divertida crônica de "Dona Santina e Seu Antenor", depois temos "Para um amor em Recife" que segundo informações contidas no site oficial de Paulinho é uma declaração de amor dedicada a amiga e quase mãe pernambucana Dedé Aureliano. Na versão em elepê as duas seguintes encerram o lado A do mesmo: "Mal De Amor", um samba suingadíssimo do capixaba Raul Sampaio gravado originalmente em 1961/62 e "Depois da Vida", mórbida e poética composição de Nelson Cavaquinho que me lembra um pouco o roteiro de um dos filmes de José Mojica, excelente!!!

O labo B abre com o partido "Moemá Morenou", parceria de Paulinho e Elton Medeiros que também participa da gravação, em seguida temos "Óculos Escuros", composição feita por Orestes Barbosa e Valzinho em 1948 e gravada em 1955 por Zezé Gonzaga, esse música ficou entre as 100 mais tocadas no ano em que foi gravada. Paulinho da continuidade ao álbum com "Cuidado, Teu Orgulho Te Mata", do então desconhecido do grande público, Walter Alfaite - é atribuida a essa gravação a descoberta do compositor. Outro compositor que dá as caras e contribui com o repertório do álbum é o portelense Monarco com "Lenço" feita em parceria com Francisco Santana e interpretada magistralmente por Paulinho num arranjo simples e genial.

Fechando o bolachão temos "O Acaso Não Tem Pressa" parceria de Paulinho e Capinan e "Um Certo Dia Para 21", ambas excelentes!

Meu elepê não tem ficha técnica mas no site encontrei os nomes dos integrantes do time que segurou a cozinha e os metais: Flautas e Clarinete ficaram a cargo do inconfundível Copinha, trombone a cargo de Norato, Maurílio no piston, Dininho no contrabaixo, Marçal, Elton Medeiros e Oscar no ritmo e Elizeu e Juquinha nas baterias. Arranjos e regência por Lindolfo Gaya. Ouvi rumores de que o Duprat teria feito alguns arranjos desse álbum, mas creio serem apenas boatos mesmo, pois apesar de algumas coisas soarem 'a la Duprat' nada consta que confirme o fato. Com relação as duas faixas bônus nada tenho a dizer além de que são muito boas! rs. é isso aí...

"...Meu mal, é o mal de amor, não há remédio que cure a minha dor..."



Para Baixar e Sair Sacundindo: Paulinho Da Viola - 1971 - Paulinho Da Viola


Postado Por Marcel Cruz

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Paulinho Da Viola - Paulinho Da Viola

Começando o ano e retomando o fio deixado solto em 2010 vamos novamente mergulhar na obra de um dos músicos e compositores mais geniais do nosso riquíssimo cancioneiro popular: Paulinho Da Viola!

Herdeiro da mais nobre linhagem do samba e choro proveniente dos subúrbios cariocas Paulinho como vimos anteriormente teve sua estréia fonográfica em 1965, de lá pra cá o 'menino' tomou gosto pela coisa - e nos presenteou com várias preciosidades ao longo de todos esses anos - tanto que em 1971 lançou logo dois álbuns excelentes e um atrás do outro.

O primeiro, tema desta postagem, é composto por 12 faixas e contém músicas que posteriormente se tornariam grandes sucessos como: "Para Ver as Meninas" de Paulinho, "Filosofia do Samba" de Candeia e "Minha Vez De Sorrir" de Nelson Sargento.

Esse é a meu ver o álbum mais moderno de Paulinho, tanto em termos de orquestração quanto de flertes com gêneros extra-samba. Fiquei boquiaberto ao encontrar nesse álbum elementos que podemos considerar como inusitados para um clássico álbum de samba de raiz. Paulinho inovou e mostrou que não estava alheio ao que estava acontecendo a sua volta.

Dois grandes exemplos são as composições "Num Samba Curto" e "Consumir é Viver".

Em "Num Samba Curto", faixa de abertura do volume, encontramos elementos do que mais tarde seria cunhado como drum'n'bass, digamos que sem saber Paulinho é um dos precurssores da mistura de breakbeat com samba (estou tentando saber quem é o batera, pois tais informações e ficha técnica inexistem no LP). Já em "Consumir é Viver" de Marcus Vinícius temos uma introdução funkeada que logo cai numa 'vibe' bem samba-rock! É isso mesmo! Nem Paulinho conseguiu ficar imune ao suingue genial de James Brown e Jorge Ben!

Em termos de orquestração vejamos por exemplo a utilizada em "Para Ver As Meninas", temos nela apenas: Violão, Caixa de fósforos (magistralmente tocada por Elton Medeiros) e Cravo! Até então não se tinha notícias de Cravo no samba! A combinação ficou perfeita! O Cravo também foi usado muito bem em outras faixas ao longo do elepê.

Bom, creio que esses elementos já bastam para despertar em vocês a curiosidade/vontade de ouví-lo pelo menos uma vez e conhecer também o não dito!

É isso aí... e como diria Candeia...

"...Mora na filosofia, morô? Maria, morô Maria..."



Para Baixar e Sair Sacundindo: Paulinho Da Viola - 1971 - Paulinho Da Viola


Para Assistir e Sacundir: Mora Na Filosofia


Postado Por Marcel Cruz

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tô fechado pra balanço... Meu saldo deve ser bom, deve ser bom...

Como dizem por aí: Ano novo, vida nova!

É, em 2010 muita coisa rolou em minha vida, mas duas são realmente especiais.

A primeira foi uma conquista que vinha se desenrolando desde 2003! Inacreditáveis 7 anos para completar minha graduação, ou seja, terminei a faculdade e me formei! Ou como diriam os pessimistas/realistas "me de'formei".

A segunda veio como uma explosão que me deixou aéreo por alguns meses - mas que agora que a poeira assentou, que já me localizei novamente em terra firme e estou contentíssimo - é a que sou papai de uma linda garotinha de nome Clarice! Foi no dia 20 de Dezembro às 22h26min que ela desembarcou por aqui para clarear ainda mais minha vida.

Dentro de todo esse reviravolta ocorrido em 2010 estão trabalhos e projetos que surgiram ao longo do ano, alguns efêmeros outros nem tanto e outros totalmente na ativa ou por começar. Confesso que apesar de todos os contra-tempos e impasses que tive em 2010 posso considerá-lo como um ano de saldo totalmente positivo!

Aproveito o espaço para agradecer a todos os leitores que passaram por aqui ao longo do ano e também para mais uma vez pedir desculpas pela minha longa ausência aqui no Sacundin. Peço que não desistam de freqüentar o espaço pois o mesmo só existe por que vocês também existem e essa tornou a única condição 'sine qua non' para que o Sacundin continue vivo.

De mais a mais é isso, que venham mais e mais anos e que essa vontade de compartilhar informações cresça a cada ano dentro de cada um de nós! Muita paz e saúde nesse ano de 2011 que deverá ser superado apenas pelo ano seguinte! E como eu sempre digo...

"Vamo que vamo que o som não pode parar!!!"


Marcel Cruz