sábado, 16 de julho de 2011

Romulo Fróes - No Chão Sem o Chão

Foi através de um comentário de Facebook que cheguei até a música de Romulo Fróes, o comentárioindicação se referia ao mais recente lançamento de Romulo (Um Labirinto em Cada Pé) , procurei por ele e como a primeira coisa que apareceu foi o álbum anterior, resolvi começar pelo que tinha em mãos... "No Chão Sem O Chão". Que belo começo!!! Peguei de cara o supra sumo da obra "romuloneana" e na minha humilde opinião o melhor álbum de sua discografia. Depois baixei o mais recente, é muito bom mas não me atingiu tanto quanto este que aqui se encontra, haja vista que grudei nele e faz pelo menos uma semana que não escuto outra coisa.

Estou ficando cada vez mais chapado pelo som dessa galera "nova" que está pintando principalmente em Sampa e por aí. Romulo é um deles e está junto com Kiko Dinucci, Tulipa, Criolo, Juçara Marçal, Iara Rennó, entre outros, no momento ainda não temos um rótulo de movimento ou gênero, aliás, na verdade temos, foi lendo a matéria sobre o disco do Criolo que saiu na revista Bravo! que encontrei a alcunha ideal para essa galera: "Geração dos sem rótulos nem bandeiras", muito bom isso! rsrs.

Em "No chão Sem o Chão" Romulo se supera e vira um camaleão musical transitando por gêneros variados com uma maestria de se admirar, li em uma entrevista que esse foi um disco de transição e que ao longo de sua concepção rolou uma substituição natural do time de apoio, sambistas se afastando e "roqueiros" comprando a idéia e se aproximando, fora isso ainda temos nele outros agregados que dão um tempero ímpar ao volume. O resultado não poderia ser melhor.

Romulo já chega com a promessa (velada) de dar overdose no ouvinte, um disco duplo com cara de triplo, são ao todo 33 faixas, 118 minutos!!! Praticamente 2h sem tirar de dentro! Produção pra lá de intensa. E é claro que não posso deixar de citar o trabalho genial dos letristas parceiros: Clima e o artista plástico Nuno Ramos.

Essas faixas estão divididas em dois volumes que se complementam e foram denominados como: "1ª Sessão: Cala a Boca Já Morreu" e "2ª Sessão: Saiba Ficar Quieto".

O Power Trio base é de primeira, a começar pelas bateras muito bem executadas de Curumim, exatamente esse que você ta pensando, Guilherme Held comanda as guitarras que mostram claramente entre outras coisas uma forte influência 'Lannygordiniana' (além das guitas ele ataca de Bandolim em uma das faixas) e no baixo está mais um do clã "Sá": Fabio Sá. Os arranjos de metais ficaram a cargo de outra figuraça do meio musical paulista: Bocato! O rei do trombone e ex-integrante do Isca De Polícia banda de apoio de Itamar Assumpção.

Romulo foi extremamente feliz na escolha das participações, cada uma deixou sua marca e contribuiu para embelezar ainda mais o álbum. Ao longo do disco nos deparamos com 5 vozes femininas distintas, fora o coro que aparece em dois momentos dos volumes. São elas, por ordem de 'aparição': Mariana Aydar da o ar de sua graça em "De Adão Pra Eva", Anya aparece improvisando loucamente em "Ela Me Quer Bem", Nina Becker manda benzaço em duas faixas "O Que Todo Mundo Quer-Ninguém Liga" e "Astronauta", Lulina divide os vocais de "Se Eu For", deu conta do recado com os pés nas costas. Fechando o quinteto de mulheres temos a participação de Andreia Dias que, talvez pelo estilo da composição, me remeteu a Marília Baptista e Noel Rosa na gravação de "De Babado", entre outras referências da velha guarda, achei ducaráááleo!

Outras participações especialíssimas contidas no álbum são: ainda nos vocais o coro da "Velha Guarda Musical Da Nenê De Vila Matilde" em duas faixas: "Manda Chamar" e "Caveira", essa última também conta com a guitarra solo do papa Lanny Gordin, que da uma esmirilhada na menina, rsrs. Lanny participa de mais outra faixa "Ou Nada", que além de Lanny conta com o piano envenenado de André Mehmari que da um show a parte em "Sei lá".

Fora as musicas que citei dou destaque para "Deserto Vermelho": Bocato fez um arranjo de metais de primeira, "A Anti-Musa": que está entre minhas preferidas, tem um solo do Guilherme Held tão foda que antes de ver a ficha técnica achei que fosse do Lanny, fora isso letra e música geniais! e a valsa de onde foi tirada o nome do disco: "Pierrot Lunático", viciei muito nessa faixa. "Anjo" e "Só Você Faz Falta", também são fooooda! Caraca, são tantas boas que só ouvindo mesmo, ta bom de palavrório né não? Agora é com vocês!


"...Que idiota pateta... Pierrot Lunático... Foi pisar na valeta... Na sarjeta dos astros..."


PS* Agradecimentos especialíssimos ao Vitor Moraes que me passou a ficha técnica do álbum por telefone, valeu irmão!!! rsrs



Para Baixar e Sair Sacundindo: Romulo Fróes - 2009 - No Chão Sem o Chão


Para Saber Mais: MySpace - Bio - Entrevista




Postado Por Marcel Cruz

terça-feira, 5 de julho de 2011

Stella Viva - 4 Canções

Mais um santo de casa! Ou seriam santos emprestados para a casa?

Eles dizem que sua maior inspiração/referência/influência é o Clube Da Esquina, não sei se é porque eu ouvi muito pouco mas eu não consigo enxergar essa referência como principal, até porque eu de fato não sou fã de tal movimento, não me pegou - haja vista a ausência de posts referentes ao assunto no Sacundin, talvez eu ainda vá aprender a gostar - mas do Stella sou fãzaço. Vejo tanta coisa foda misturada aí e com tamanho bom gosto que me nego a concordar com esse dado, mas enfim, continuemos, rsrs.

O Stella é formado por 4 músicos: instrumentistas polivalentes e extremamente criativos. Sergio Monteiro Freire nas guitarras sintetizadores, saxes e vocais, Fernando Rischbieter nas guitarras, flautas e vocais, Rafael Costa no Baixo e vocais e Júlio Epifany na bateria. A banda surgiu em 'Curita' mas para variar não tem nenhum curitibano na mesma, Serginho é do Piauí, Júlio de Pernambuco, Fernando e Rafael são de Santa Catarina, ou seja, Curitiba foi apenas uma coincidência, ela se tornou um ponto de encontro de músicos geniais, que consequentemente acabam formando bandas também geniais.

O EP 4 canções é a estréia do Stella-Viva no mercado, foi lançado no finalzinho de 2008. De lá pra cá a banda alternou apresentações entre Curita, Sampa e Blumenau. Uma coisa a dizer: Azar de quem perdeu! Pois os shows são memoráveis, o último que vi foi no James (um pub aqui da terrinha) e foi ducaráááleo!

Esta previsto para o fim do ano - isso já é quase uma lenda, rsrs - o lançamento do primeiro álbum do Stella, tive a oportunidade de ouvir algumas prévias e já vou adiantando que está fuderosíssimo, quando sair falarei mais a respeito, por hora e pra já ir aquecendo os ouvidos vamos falar do EP.

Tudo o que se pode dizer em 4 canções está dito, arranjos elaboradíssimos e de puro bom gosto, tanto nas escolhas dos timbres, das formas e da sequência. As músicas contidas aqui a princípio fariam parte do álbum mas acabaram ganhando vida própria e se materializaram no referido EP.

As composições feitas pelo Stella pedem que o ouvinte pare para ouvi-las, são possessivas e exclusivistas, no bom sentido é claro, rsrsrs, não tente ouvi-las de prima fazendo outras coisas, é quase erudita, talvez seja de fato, informações mil que chegam a inchar o ouvido, explosões de sonoridades e riqueza de detalhes que na vigésima ouvida você ainda encontra novidades... tudo isso em apenas 4 canções...

Prestem atenção na batera e nas conversas das guitarras, são realmente de foder! É isso aí, vamo que vamo que o som não pode parar!!!

"Minha sorte minha velha irmã, quem nunca te disse o tempo voa..."


Para Baixar e Sair Sacundindo: Stella-Viva - 2008 - 4 Canções


Para Saber Mais: Trama Virtual Stella Viva


Para Assistir e Sacundir: Frevo - Aeromoça (uma prévia do que vem pela frente)


Postado Por Marcel Cruz