segunda-feira, 31 de março de 2008

Baden Powell - Swings With Jimmy Pratt

Esse é um dos melhores álbuns de Baden Powell e está entre os três de sua carreira que mais gosto, lançado no início da década de 60, (gravado no final 1962 e lançado em 63), é o 3º álbum da extensa discografia "Badeniana", o primeiro ele gravou em 1959.

É engraçado pensar que apenas 25 minutos de música podem fazer um estrago do tamanho do mundo! rsrsrsrs. Assim como João Gilberto, Baden deve ter deixado a moçadinha da época doida. Penso que se ele consegue isso ainda hoje, imaginem na época, o próprio Jimmy Pratt é um exemplo, o gringo tava de passagem por aqui, ouviu Baden e ficou louco com a swinguera que ele tirava do violão, não deu outra, o resultado foi esse "disquinho" aqui, rsrsrs. Era só o comecinho de algo muito maior que, a meu ver, teve seu apogeu ainda na década de 60 com seus Afro-Sambas em parceria com Vinícius De Moraes, mas isso é assunto para outro post.

Desse álbum especificamente como não poderia ser diferente destaco as participações e o time envolvido, que é o seguinte: Copinha (Flauta), Moacir Santos (Sax e vocais), Sandoval (Clarinete), Sergio Barroso (Baixo), Jimmy Pratt (Bateria) e Rubens Bassini (Percussão), na ficha técnica esqueceram de creditar o pianista, não me surpreenderia nenhum pouco se me dissessem que é um Tom Jobim ou um João Donato da vida. No repertório temas de autoria própria e releituras de Moacir Santos, Vandré e Tom Jobim.

Acho que é isso, mais uma pecinha indispensável pra coleção de fissurados em música brasileira como eu. Divirtam-se e Saravá!


Para Baixar e Sair Sacundindo: Baden Powell - 1963 - Baden Powell Swings With Jimmy Pratt


Para Saber Mais: Baden Homepage


Postado Por Marcel Cruz

quinta-feira, 27 de março de 2008

Geraldo Vandré - Hora De Lutar

O post anterior me trouxe a tona um dos discos que mais gosto, e que reouvindo pra postar, fiquei estupefato ao constatar que o disco continua fuderosíssimo e que o tempo só contribui para afirmá-lo como obra prima.

"Hora de Lutar" é o segundo disco de Geraldo Vandré e foi lançado originalmente em 1965 (apesar da capa que tenho dizer que é de 1969, deve ser uma segunda edição ou algo do gênero). No disco não há ficha técnica, mas consegui saber alguns dos participantes dessa empreitada através - Pasmem vocês - do próprio Vandré!

Como assim? Alguns devem estar se perguntando. Bom... Vamos a explicação. FlashBack:

Em 2002/2003 eu com a família da minha ex-namorada resolvemos abrir um bar... O Bar se chamava "Esquina Brasil" e a intenção e temática do recinto era música brasileira, tanto que a decoração denunciava. Eu e a Mi (Milena) fizemos uma pesquisa pente fino sobre objetos e imagens dum Brasil situado entre as décadas de 20 e 70. Num dos ambientes, peguei meus melhores LP's e enquadrei, modéstia a parte ficaram lindos, no outro numa das paredes que era a do fundo do palquinho a Mi fez uma reprodução dum bloco de carnaval desenhado pelo cartunista e ilustrador J.Carlos (1937), nas demais decoramos com charges do Amigo da Onça (que coleciono).

Bom, um dos sócios "O tio Márcio" era/é da Aeronáutica de Sampa e conhecia o Vandré, que segundo ele morava no quartel. Pensei: "Pô que massa! O cara ta vivo!" Meio pancadinha segundo O Tio Márcio, mas ta vivinho da silva rsrsrsrs. Essa informação foi suficiente pra gente tentar linkar alguma coisa, show a gente sabia que era uma coisa impossível de se conseguir, porém, uma visitinha seria beeeeeem legal.

Sem muita esperança foi feito o convite...

Não é que o cara veio mesmo!

To no bar e inacreditavelmente entra pela porta principal: Geraldo Vandré, minha admiração e curiosidade ficaram a mil, mas controlei, ainda assim me traí rsrsrsrs, pois é - Aqui um pequeno parênteses: Eu, como boa parte dos brasileiros tenho o costume de abraçar, beijar e tocar as pessoas, de forma contida é claro (também não vão pensar que sou aquele tipo pegajoso que ninguém suporta que fique perto rsrsrsrsrs penso que não, aliás, espero que não kkkkkk) - com o Vandré naturalmente não tinha muito porque não ser eu mesmo, afinal de contas o figura estava ali, aparentemente receptivo e numa situação extremamente informal, resumindo... Cumprimentei-o do meu jeito... Tomei uma mijada homérica, que hoje dou risada mas na hora fiquei sem ação. Ele olhou pra mim e com tom de voz elevado proferiu tal sentença:

- Não me toque que eu não sou Viado!!!!!

Caraaaaaaaaaca rsrsrsrsrsrs ficou aquele climão (e eu pensando: "Mas nem eu!" Como assim? rsrsrsrs).

Depois a poeira baixou e ficou como se nada tivesse acontecido, batemos papo um tempão e ele autografou meus LP's e tal. Foi no mínimo uma experiência histórica inusitada e bem interessante.

Foi nesse episódio que tive as informações dos nomes que participaram do álbum aqui postado. Infelizmente não lembro o nome da orquestra, lembro que foi a de alguma instituição, mas... Dos solistas lembro bem.

São eles:

Na direção Artística Alfredo Borba. Na direção musical e arranjos quem comandou com uma maestria sem igual foi o Maestro Erlon Chaves, na bateria Edison Machado, Trombone Raul De Souza, na Flauta o excelente Copinha e além disso, em duas faixas temos a participação de Baden Powell. Haja fôlego!

Os arranjos são todos realmente geniais, não sei se é por ser do mesmo ano, mas algumas faixas me lembram o álbum "Coisas", do Moacir Santos (postado aqui), especificamente a música "Dia De Festa". Vejo um paralelo com a "Coisa nº6". Não sei dizer quem influenciou quem, ou se foi influência mútua. Só sei dizer por constatação que ambos são geniais. O clima criado por Erlon Chaves, a escolha do repertório, a interpretação de Vandré e dos músicos participantes, a unidade criada nesse álbum é bem difícil de se encontrar por aí. A meu ver é um disco indispensável.

É isso, já enrolei demais... E... Não me toque que eu não sou viado!!!!!! hahahahahahahahahaha


Para Baixar e Sair Sacundindo: Geraldo Vandré - 1965 - Hora De Lutar


Para Saber Mais: Bio 1 - Bio 2 - Bio 3 - Bio 4 Artigo


Postado Por Marcel Cruz

domingo, 23 de março de 2008

Quarteto Novo - Quarteto Novo

Imaginem o time dos sonhos...

Agora imaginem esse mesmo time em campo... musical.

É... É assim que vejo esse grupo que foi formado em 1966 para acompanhar Geraldo Vandré (aquele da hoje enjoativa, sacal e enfadonha: "Caminhando e cantando e seguindo a canção..."). O grupo era formado por geste do mais alto nível musical e que começava a aparecer em cena como o albino genial Hermeto Pascoal, Théo de Barros, um dos compositores de Disparada, Airto Moreira que vinha do Sambalanço Trio e um violonista, que ainda daria muito o que falar, chamado Heraldo Do Monte. Como indagaria Zeca Baleiro: "- Que mai qui tu qué?".

Gravaram um único álbum em 1967 e um compacto no mesmo ano, ambos estão no arquivo aqui presente, fora isso existem algumas gravações em que participam como a de "Ponteio" com Edu Lobo e Marília Medalha a qual não quis acrescentar ao arquivo por possuí-la numa resolução baixa e com qualidade de audio ruim.

O que me levou até o QN foi a música que abre o álbum: " O Ovo", assinada por Hermeto Pascoal e Vandré. Essa faixa dilacerou meus ouvidos numa época que eu tinha acabado de conhecer e ouvir Jethro Tull. Lembro que pensei: "- Puxa vida será que o Ian Andersen andou ouvindo o Hermeto antes de gravar seu primeiro disco?" rsrsrs... Provável, porém impossível, se lavarmos em consideração a proximinade proximidade de um e de outro. O primeiro álbum do Jethro Tull é de 1968. A sacada era coisa que estava no ar e alguns pegaram simultâneamente.

As faixas que vieram na sequência não ficaram por baixo não, é uma melhor que a outra, bastou uma ouvidinha por alto para ficar vidrado no disco todo. Fiquem atentos para os solos que cada faixa contém, impossível eleger o melhor! Todos muito do fooooooooooooda!!!! O Lp disso é negociado a peso de ouro, peça raríssima e quem tem não larga. Sei que em vinil foram lançadas duas edições, essa aí de 1967 e outra em 1973 com outra capa. Bom chega de palavrório, vambora?



Para Baixar e Sair Sacundindo: Quarteto Novo - 1967 - Quarteto Novo


sexta-feira, 21 de março de 2008

Mestre Ambrósio - Mestre Ambrósio

Já que estamos num clima de regionalismo por aqui, estive pensando um pouquinho e lembrei que faz 10 anos que esse disco caiu nas minhas mãos e ouvidos como se fosse uma granada! Com seu pino acionado pra explodir, e digo a vocês que a explosão não falhou, foi de doer de tão bom! O disco é de 1995 (finalzinho de 95, na maioria dos lugares vocês vão achar com a data de 1996), mas só conheci três anos depois através de um tio meu que o comprou (o disco teve lançamento independente e não era tão fácil de encontrar).

Meu tio adquiriu o álbum na primeira vez que o grupo se apresentou por aqui, e se não me engano foi no extinto Aeroanta. Infelizmente não fui nesse primeiro, bem entendido, porque nas outras vezes que eles estiveram aqui, tive a honra não só de ir como de abrir e fechar o show deles, pois na ocasião eu tocava num grupo de forró. Se tem uma coisa que vou guardar bem viva na memória são essas recordações.

O grupo se desfez a uns 3 ou 4 anos deixando 3 discos gravados, esse aí é o primeiro da safra, foi produzido por Lenine e Marcos Suzano, tem participação de ambos e também de Carlos Malta, Zé Calixto e mais uma pá de nego foda. Uma coisa que fiz questão de fazer foi escanear o encarte todo, pois é uma obra de arte à parte. A arte gráfica é genial, um puta dum bom gosto na concepção, coisa que nos demais álbuns do grupo, a meu ver, não foi explorada. O disco é composto por 17 faixas e contém algumas releituras memoráveis como "Pipoca Moderna" de Caetano Veloso e Banda de Pífanos de Caruaru e "Usina - Tango no Mango" de Chico Antônio e Paulírio.

Nesse primeiro disco a maior parte das composições são de autoria de Siba, rabequeiro da mais alta linhagem e discípulo de Mestre Salustiano, ele assina faixas como: “José”, “Se Zé Limeira Sambasse Maracatu” e “Pé-De-Calçada”, isso só pra citar algumas. Um gêniozinho rsrsrs.

O show dificilmente vocês terão a chance de ver, levando em conta que o grupo já não existe mais, sendo assim, terão que se contentar com a gravação, coisa que já é suficiente pra agarrar o par e sair sacundindo pra valer!!! É isso aí...

"Se Zé Limera Sambasse Maracatúúúúúúúú... Cor de jumento era azul, tinha juízo macaco, Venêno cume de rato, tinha chifre gabirú..."



Para Baixar e Sair Sacundindo: Mestre Ambrósio - 1995 - Mestre Ambrósio


Para Saber Mais: Bio Mestre Ambrósio - Homepage Mestre Ambrósio


Postado Por Marcel Cruz

quarta-feira, 19 de março de 2008

Elomar - ...Das Barrancas Do Rio Gavião

Bom, dos quatro integrantes do Cantoria, Elomar foi o que mais me impressionou de fato, é óbvio que fui atrás do que cada um fez. Todos muito bons, mas Elomar é o além de todos é o que achei mais fuderoso, rei e gênio absoluto, dono de uma linha composicional extremamente peculiar e eruditizada, não era pra menos se levar em conta à formação do indivíduo. Esse aí é o álbum de estréia dele, foi lançado em 1973, o disco é fechadinho com 12 canções que a meu ver foram escolhidas com muito esmero. O volume abre com a clássica "O Violeiro" que no refrão descreve a filosofia do violeiro assim: "Apois prá o cantadô e violeiro, Só há treis coisa neste mundo vão: Amô, furria, viola, nunca dinheiro, Viola, furria, amô, dinhero não." Genialíssima! Em seguida temos "O Pedido"(4º canto do Auto-Da-Catingueira obra prima do mestre), e entre tantas outras geniais, uma das que mais gosto, "Cavaleiro Do São Joaquim", que inevitavelmente vou ter que por a letra toda aqui:


Caminhando eu vou
Nesta estrada sem fim
Levando meu mocó
De saudade e esperanças
Que a vida ajuntou pra mim
E no peito uma dor sem fim

Lembro de uma canção
Que ela cantava pra mim
Um trem numa estação
Que partiu levando um bem
Derradeiro e só deixou
Outro bem e uma grande dor

Sonho que na derradeira curva no caminho
Existe um lugar sem dor, sem pedras, sem espinhos
Mas se de repente
Lá chegando não o encontrar
Seguirei em frente
Caminhando a procurar

Caminhante e tão só
Vejo a terra ruim
O sol tudo queimou
E os rebanhos estão caindo
Vêm mugindo atrás de mim

Cavandante eu sou Por este reino sem fim
Meu cavalo voou
Procurando o lugar
Que minha vó contava pra mim
Eu menino do São Joaquim
Cavaleiro do São Joaquim


Coisa lindíssima, o cara tem o feeling da coisa é mestre absoluto de fato, quando vocês aliarem isso com a melodia entenderão melhor o que digo. Esse é só o primeiro disco do indivíduo, no site ali embaixo vocês encontrarão informaçãoes mais detalhadas, discografia e tudo o mais, pra mim Elomar foi uma feliz descoberta, e agora tenho o prazer de apresenta-lo a quem ainda não o conhece, com vocês: Elomar!


Para Baixar e Sair Sacundindo: Elomar - 1973 - ...Das Barrancas Do Rio Gavião


Para Saber Mais: Elomar HomePage


Postado Por Marcel Cruz

sábado, 15 de março de 2008

Elomar, Vital Farias, Geraldo Azevedo e Xangai - Cantoria

Esse disco caiu nas minhas mãos e ouvidos quando eu ainda tinha 8 anos. Eu tava na segunda série, na verdade um ano antes, um tio meu, o "Tio Paulinho" (é, eu também tenho um tio Paulinho rsrs), cantou pra mim "Sete cantigas para voar", música que mexeu profundamente comigo. Comentando com um outro tio a minha adoração por tal música esse mesmo me apresentou o disco (que quase foi o primeiro disco que tive na minha vida, foi por pouco), eu não tinha toca-discos, porém, um primo que tenho maior adoração e que era da mesma idade do Tio Paulinho, me iniciou na apreciação do álbum, foi o Lori que me ensinou a ouvir discos foi com os discos do Lori que eu preenchi as férias da minha infância, ouvindo-os por horas a fio sem cansar, tomando todo o cuidado do mundo pra não riscar aquele tesouro que eu tinha por alguns momentos só pra mim.

Foi também quando eu tava na segunda série, do colégio Eny Caldeira que o tal Cupido, que uma hora ou outra sempre aparece na vida da gente, me flechou, foi nessa época que conheci meu primeiro amorzinho: Monalissa, a menina do blusão branco da 2ºB. Lindíssima... Eu estou mencionando isso porque lembro que decorei uma das faixas do álbum pra ela, a faixa se chama: "Ai que saudade de Ocê" que o Fábio Jr. regravou cagando com a música rsrsrsrs, mas enfim, foi a primeira vez na vida que decorei uma música com a intenção de fazer uma serenata pra alguém rsrsrs, a letra é bem singela e começa assim: "Não se admire se um dia, um beija flor invadir, a porta da tua casa te der um beijo e partir. Fui eu que mandei o beijo que é pra matar meu desejo, faz tempo que não te vejo (eu via a garota todo dia rsrsrs) ai que saudade de ti."

Sim foi um período realmente bom e bom de se lembrar porque ele serviu como porta de acesso a uma infinidade de outras coisas, foi onde eu inconscientemente elegi meus três pilares e parâmetros musicais personificados no "Tio Paulinho", Tio Edson" e no "Lori". Essas pessoinhas aí que me ensinaram a ouvir, a gostar e de certa forma amar isso tudo, muito do que sou hoje , das escolhas que fiz, atitudes que tomei e rumo profissional que hoje sigo foi gerado nessa época através dos "ensinamentos" proferidos e executados por eles, imaginem o poder de influência que eles possuem e talvez nem saibam rsrsrs. Esse post eu dedico exclusivamente pra essa minha santíssima trindade, sem palavras pra agradecer, aliás, palavras seriam insuficientes.

Agora entrando um pouco no disco em si. Janeiro de 1984. Quatro violeiros se reúnem e criam esse show. Sucesso estrondoso devido à qualidade musical de todos. Lançam em 1984 o álbum Cantoria (Vermelho) e em 1985 lançam um segundo volume, Cantoria 2 (o Azul), fruto da turnê do primeiro, o que eu fiz foi um "mix" dos dois, uma versão "custom" dos Cantorias. Acrescentei no primeiro algumas faixas do segundo, por isso resolvi deixar isso implícito (ou explícito) na capa rsrsrs. Além das duas faixas acima citadas, outras que me deixaram extasiado foram: "Cantiga do Boi Encantado" de Elomar, "Estampas Eucalol" de Hélio Contreiras, "Kukukaia" de Cátia França, "Veja Margarida" de Vital Farias... Vou acabar citando todas rsrsrsrs. Bom, essas e todas as outras.

Algo me diz que quem ainda não conhece vai chapar, sendo assim, fuja enquanto é tempo, ou... Deixe acontecer...

"...voa voa azulão..."


Para Baixar e Sair Sacundindo: Elomar, Vital Farias, Geraldo Azevedo e Xangai - 1984#1985 - Cantoria


Para Saber Mais: Elomar HomePage - Vital Farias HomePage - Geraldo Azevedo HomePage - Xangai HomePage


Postado Por Marcel Cruz

quinta-feira, 13 de março de 2008

Quinteto Armorial - Aralume

Como já foi dito esse é o segundo álbum da série Armorial, lançado em Março 1976 (coincidência que acabo de descobrir: esse é o mês do trigésimo segundo aniversário do disco), dois anos após a estréia em disco do Quinteto. As características permanecem, mesma formação, mesmos elementos, repertório composto exclusivamente por peças instrumentais e com temas baseados na literatura de cordel. O disco soa como uma espécie de continuação do de 74 apesar dos dois anos de distância entre um e outro. 80% das composições contidas no álbum são de Antonio José Madureira, exímio violonista e mentor do grupo. O álbum abre com o tema "Lancinante", que revela já de começo a proposta do volume, outra composição que chama atenção pela proposta é a faixa "O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna" que eles classificam como um "Entremês popular de Ariano Suassuna, adaptado de folhetos da Literatura de Cordel e de uma peça nordestina para Mamulengo, assim como de um 'romance' medieval ibérico, ainda hoje (anos 70) cantado no sertão", esse texto ganha aqui versão exclusivamente instrumental, interessantíssimo.

Existem ainda mais dois volumes do Quinteto Armorial, um lançado em 1978 homônimo e outro em 1980 chamado "Sete Flechas", ambos tão bons quanto esses, porém, foram discos que ouvi bem menos, sendo assim, vou me restringir aos dois aqui presentes. Aos curiosos recomendo que procurem, não deve ser muito difícil de encontra-los. Qualquer coisa me dêem um toque rsrsrs

Abraços e boa viagem!!!!


Para Baixar e Sair Sacundindo: Quinteto Armorial - 1976 - Aralume


Para Saber Mais: Bio Antonio José Madureira


Postado Por Marcel Cruz

terça-feira, 11 de março de 2008

Quinteto Armorial - Do Romance Ao Galope Nordestino

Aproveitando a deixa que o post anterior me forneceu, falo de um grupo que não tenho clara a recordação de como veio até a mim, tenho dúvida se foi meu tio ou um amigo que me apresentou, mas enfim, isso não tem tanta importância apesar de estar extremamente grato a essa pessoa seja ela quem tenha sido. O fato é que ficou pra valer, a sensação que senti com a sonoridade que atingiu meus ouvidos naquele exato instante de descoberta foi indescritível, fui nocauteado, pancadaria sonora, isso que é rock'n'roll de verdade, esses caras são pra mim os verdadeiros, os de fato metaleiros da história rsrsrsrs, eu realmente não compreendo como as pessoas conseguem não gostar disso, pois é muuuuuuuuuuito bom, além de ser Brasil. Sem xiitismo ou xenofobismo, penso que todo brasileiro deveria conhecer esse som, conhecer essa música, esse é o tipo de coisa que escuto e me dá um orgulho danado de ser brasileiro. É lindo, quem tiver com tempo de uma olhadinha nos links que deixei logo abaixo e vejam o que foi o movimento Armorial ocorrido na década de 70, seu idealizador e guru, quem fez a coisa acontecer e a difundiu, garanto que vale a pena.

Esse álbum é o primeiro de uma série de quatro, todos realizados pelo Quinteto Armorial entre 1974 e 1980, ano que o grupo se desfez. A faixa “Repente” é especial demais, não vou ser injusto, o álbum todo é muito especial, mágico. Na seqüência postarei o segundo da série intitulado "Aralume" de 1976. Por hora é isso.

-Brasileiros e mundo, com vocês: O Brasil!!!!


Para Baixar e Sair Sacundindo: Quinteto Armorial - 1974 - Do Romance Ao Galope Nordestino


Para Saber Mais: Movimento Armorial - Ariano Suassuna - Quinteto Armorial


Postado Por Marcel Cruz

domingo, 9 de março de 2008

Antonio Pinto e Jaques Morelembaum - Central Do Brasil

Essa pega na alma, o tema principal do filme chega atingindo o coração sem pedir licença ou perguntando se pode, quando você se da conta já esta tocado e o tema te carrega sabe deus pra onde, olha que eu estou só na primeira faixa da trilha, o restante é tão tocante quanto o tema principal. Para concepção dessa trilha Antonio Pinto teve como parceiro outro monstro musical: Jaques Morelenbaum (ver link "Para Saber Mais"), outro figurinha que participa e que é recorrente nas trilhas de Antonio é o rabequeiro Siba, do extinto grupo "Mestre Ambrósio", a participação de Siba da um toque todo especial e peculiar na obra. A trilha tem como chão um tema de Capiba, "Toada e Desafio" que ganhou várias versões ao longo do filme, esse tema se tornou conhecido em 1974, pois foi gravado e difundido pelo então novato, e hoje importantíssimo grupo, "Quinteto Armorial". O legal dessa trilha é a recuperação desse tema e de um Brasil que a gente teima em não enxergar, mas que esta aí.

Outras participações especialíssimas da trilha são: Quinteto de cordas Da Paraiba, Luiz Brasil no Bandolim e de Marcos Suzano na Percussão.

De bônus eu acrescentei uma faixa que extrai do DVD de uma trilha que Antonio fez e que não foi lançada em disco. A trilha em questão faz parte do documentário de Sergio Machado sobre a vida de Mario Peixoto: "Onde a Terra Acaba", que aliás, foi o nome que dei pra faixa, já que não tenho a menor idéia de qual seja o nome original.

Antonio Pinto está entre meus compositores favoritos da atualidade, ele realmente sabe fazer a coisa e faz com muito esmero e bom gosto, adoravelmente viciante. Penso que quem ainda não o conhece de fato vai chapar a partir dessa trilha.

Bom... É isso, quando forem escutar esse disco, se for possível, o façam com exclusividade sem outra atividade junta, absorvam cada nota e deixem-se levar...


Para Baixar e Sair Sacundindo: Antonio Pinto e Jaques Morelenbaum - 1998 - Central Do Brasil ou Aqui

Para Saber Mais: Bio Jaques Morelenbaum


Postado Por Marcel Cruz

sexta-feira, 7 de março de 2008

Antonio Pinto e Ed Côrtes - Cidade De Deus

Nunca uma música do Raul Seixas foi tão bem colocada num filme como Meirelles teve a capacidade de conseguir em Cidade De Deus, aliás, a trilha desse filme é uma das obras mais bem feitas e coerentes que já vi e ouvi, é incrível, mas toda vez que escuto, faixa a faixa me vem a tona as cenas em que foram usadas, é como se durante a audição eu estivesse de fato assistindo o filme.

A trilha como um todo é de um bom gosto que não acaba mais, recheada de temas clássicos da música brasileira como músicas de Cartola, Wilson Simonal, Hyldon e Raul Seixas boa parte dela é composta de temas originais e é aí que eu quero chegar. O responsável por isso é o genial Antonio Pinto, aqui em parceria com Ed Côrtes.

Antonio Pinto é um compositor que chegou até a mim com a trilha de "Central Do Brasil" (nossa próxima atração), ali já foi uma porrada que aliada ao filme me deu uma tontera das grandes, bom, depois fui encontrando outras e outras trilhas que tinham um bom gosto em comum e que a resposta pra isso era... "Compositor: Antonio Pinto".

Apesar de fazer trilhas prum monte de filmes e tal, pouca coisa se encontra a respeito dele na internet, uma curiosidade (se é que da pra chamar de curiosidade) que todas as mini-biografias que encontrei frisam é a de que ele é filho do Cartunista Ziraldo, ou seja, estamos diante do "Menino Maluquinho"! rsrs. Musicalmente só existe o myspace e ainda assim as informações que tem são: filmografia e influências, nada mais que isso. Porém, é sabido que ele é um dos responsáveis pela maravilhosíssima "CÉU", a produção do disco de estréia dela foi ele e o Beto Villares que fizeram, o cara deve fazer milhões de coisas que a internet ainda não sabe rsrsrs. Com relação ao Ed Côrtes, não encontrei absolutamente nada consistente, sendo assim, fico por aqui mesmo e...

"Dadinho é o caralho! Meu nome agora é Zé Pequeno, porra!!!" hahahahahahaha


Para Baixar e Sair Sacundindo: Antonio Pinto e Ed Côrtes - 2002 - Cidade De Deus


Para Saber Mais: Bio Antonio Pinto - DiscFilmografia - MySpace


Postado Por Marcel Cruz

quarta-feira, 5 de março de 2008

Mais de 30.000 acessos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Que locura! Quanta gente rsrsrsrs. Só tenho que agradecer, Valeu!!! A casa é de vocês. Iuhuuuuuu!!!!!


Abração pra todos se cuidem...


Marcel Cruz

segunda-feira, 3 de março de 2008

Ray Barreto - Acid

Ray Barreto foi uma das gratas surpresas que descobri por acaso, apesar de ter me deparado com esse nome inúmeras vezes (basta ver as fichas técnicas dos "Deodatos" abaixo), sem me interessar muito, bom, esse desdém com o nome foi desvantagem só pra mim, porque no momento que parei pra ouvir um álbum desse cara fiquei perplexo e me achando um tolo de não ter me interessado pelo dito cujo antes, o álbum em questão é justamente esse aí "Acid", ou melhor, não era exatamente esse, mas um de mesmo nome que só fui descobrir que era uma coletânea a pouco tempo, garimpei um pouco e consegui achar o original, ou seja, esse aí mesmo, álbum lançado em 1968.

O disco contém originalmente apenas 8 faixas que são suficientes pra querer ouvi-lo repetidamente, todo ele é muito do foda, mas a porrada que me deixou atordoado foi com a faixa 5, "The Soul Drummers", definitivamente não da pra ficar parado, pois o som é contagiante, "Mercy, Mercy, Baby" e "Teacher of Love", seguem a mesma linha e também te faz ficar com vontade de cair no sacundin rsrsrs. Então é isso aí! S’imbora!!! uhuuul hahaha.

Ah! Falando nisso, abaixo to deixando um link da biografia dele no Youtube, são 6 partes é só seguir a sequência, ta em espanhol mas da pra entender bem, outro video do YouTube que me deixou de cara foi uma apresentação dele com o Mongo Santamaria, o link é esse aqui se tiverem com tempo vejam que vale a pena, outra coisa, o arquivo aqui presente está com duas faixas bônus, pronto! Agora chega né? rsrsrs


Para Baixar e Sair Sacundindo: Ray Barreto - 1968 - Acid


Para Saber Mais: Bio 1 - Bio 2(YouTube) - Bio 3 - MySpace - Discografia


Postado Por Marcel Cruz