quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sociedade da Grã-Ordem Kavernista - Apresenta Sessão das 10

Já que mencionei esse álbum na postagem anterior não posso deixá-lo de fora dessa. A Sociedade da Grã-Ordem Kavernista foi uma reunião de candidatos a malditos que resultou num disco pra lá de tropicalista. Os Beatles, Frank Zappa e a Tropicália fundiram a cuca desse quarteto formado por Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Edy Star e Miriam Batucada.

A empreitada/projeto foi encabeçada por Raulzito, que na época era o produtor da CBS. É um dos álbuns mais geniais da discografia de Raul, como sabemos, o único que manteve carreira de sucesso contínuo. Apesar dos créditos serem voltados para Raulzito o trabalho foi concebido em conjunto, com participação ativa de todos. Quase todas as composições são assinadas por Raul e Sérgio Sampaio, das 12 faixas apenas uma não leva a assinatura deles, "Soul Tabaroá" é da dupla Antonio Carlos e Jocafi.

O resultado não agradou muito a gravadora, que ignorou o álbum e nem sequer trabalhou a divulgação, ou seja, um álbum lançado por uma grande gravadora com tratamento de gravadora independente, o disco ficou jogado as traças vendeu pouquíssimo e hoje em dia a 1ª edição é coisa raríssima. Sei que existe uma 2ª edição em vinil mas que não manteve a contra capa original. Em 1995 foi reeditado em CD pela Rock Company e parece-me que em 2000 saiu pela Sony, mas mesmo assim em nenhuma dessas edições é fácil encontrar.

As canções são excelentes, e maioria delas são precedidas por vinhetas que dão todo um ar de irreverência para o disco. Tem roquenrol, baião, seresta, choro, samba de roda, sambão, soul, funk, iê iê iê e encontramos até uma onda meio caribenha em uma delas.

Álbum inegavelmente tropicalista, musicalmente tem todos os elementos, quanto a galera que fez a parada acontecer... infelizmente a ficha técnica se resume ao nome do quarteto e dos produtores, não sabemos quem são os músicos acompanhantes ou de quem são os arranjos. Aliás, essa é uma crítica que faço em relação aos lançamentos da CBS dessa época e de outras mais, total desdém com as fichas técnicas de seus lançamentos. Mas enfim, esse disco é foooooooooooda!!! Meu destaque vai para as incríveis "Eu Vou Botar Pra Ferver", "Quero Ir" e "Dr.Paxeco". Fui!


"...Formado, reformado, engomado um sorriso fabricado pela escola da ilusão..."




Para Baixar e Sair Sacundindo: Sociedade da Grã-Ordem Kavernista - 1971 - Sessão das 10


Para Saber Mais: Entrevista com Edy Star (box da página 4 fala sobre a "Sociedade" e seus integrantes)


Para Assistir e Sacundir: Êta Vida - Eu Vou Botar Pra Ferver - Dr. Paxeco - Quero Ir


Postado Por Marcel Cruz

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sérgio Sampaio - Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua

Na época que trabalhei em Rádio esse álbum caiu em minhas mãos e não dei muita importância, na verdade nem sequer me dei ao trabalho de ouví-lo na íntegra. Lembro que a gente programava três faixas dele para tocar das quais uma delas não me agradava muito, por isso não me empolguei em desbravá-lo, até porque essa capa me assustava um pouco, rsrsrs, parodiando Paulo Francis foi o tal do "...Não ouvi, não gostei!...". Que belo panaca eu, depois de muito tempo parei para ouvi-lo e que surpresa... Gostei demais do álbum!

Sim, o álbum tem uma veia brega, isso é inegável, achei bacana. Posso estar viajando, mas tem uma canção dele ("Eu Sou Aquele Que Disse") que me reporta ao "Perfect Day" de Lou Reed, faixa do genial "Transformer", quem conhece talvez faça a mesma relação, ou não, rsrs.

Reza a lenda que o álbum foi produzido por Raul Seixas, não posso afirmar pois não tenho a ficha técnica em mãos, mas de qualquer forma eles tinham laços de amizade bastante estreitos, tanto que a estréia de Sérgio em disco se dá no excelente "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das 10", álbum maldito inclusive pela própria gravadora, rsrsrs. Outra curiosidade que andei descobrindo é que ambos os discos, o do Sérgio e o da Grã-Ordem, tiveram pouquíssimas cópias vendidas, o de Sérgio não chegou a 5 mil cópias e foi considerado como fracasso comercial. Em compensação a crítica foi bastante calorosa, tanto que em outubro de 1973 Sérgio foi agraciado com o troféu imprensa da Tv Globo na categoria de "Artista Revelação".

O disco aqui focado é composto originalmente por 12 faixas, as quais acrescentei 6 bônus, todas de compactos lançados em 71 / 72 e 74 respectivamente. Ouvindo e re-ouvindo eu, sinceramente, tô gostando bastante desse álbum, tô até estranhando, rsrs. Eu ia destacar algumas, mas é mais fácil falar das que não gostei e como são só umas 4 vou deixar quieto.

Com relação aos compactos que acrescentei, num deles temos a versão original (1971) de "Côco Verde", arranjada por Ian Guest e que foi gravada por Dóris Monteiro em 1972 no álbum postado aqui, e uma outra canção bem curiosa feita em homenagem a Roberto Carlos chamada "Meu Pobre Blues", excelentes!!! É isso aí...

"...Eu me ligo é numa rede e num pé de côco verde, eu me amarro é na Tereza minha amiga irmã..."



Para Baixar e Sair Sacundindo: Sérgio Sampaio - 1973 - Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua


Para Saber Mais: Site Tributo - Biografia


Para Assistir e Sacundir: Sergio Sampaio Phono 73 Eu quero é bora meu bloco na rua - Cala a Boca Zebedeu - Entrevista com Sergio Sampaio (siga as partes) - Documentário (siga es partes)


Postado Por Marcel Cruz

terça-feira, 11 de agosto de 2009

2 anos de Sacundin!!!

Hoje faz exatamente dois anos que comecei com o Sacundinbenblog e confesso que não acredito que a coisa ainda esteja rolando. Apesar das pausas e tudo o mais estamos aí firmes e fortes.

Nesse segundo ano fiz o possível pra manter a coisa acontecendo, mais uma vez quero agradecer a todos que acompanham o Sacundin, a todos que de certa forma me impulsionam a manter a chama acesa, meus sinceros agradecimentos pelos toques, trocas, críticas, elogios e tudo o mais que você leitor proporciona a mim nesse espaço.

Espero tê-los ao lado sempre e que nossa parceria seja eterna enquanto dure. Agradecimentos especiais a Magda Joele por estar junto a mim nessa, pois sem ela a estética do Sacundin seria um tantinho diferente. É isso aí e como eu sempre digo:

"Vamo que vamo que o som não pode parar!!!"

Muitíssimo obrigado a todos...

"Sacundinbenblog: Um Blog Pra Quem Tem Sacundin!!!"


Marcel Cruz

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Luiz Melodia - Pérola Negra


Malditos e mais malditos...
Você deve estar se perguntando: Mas... porquê malditos? O que fez ou faz um artista para ser considerado ou até mesmo jogado na (v)ala dos malditos? Quais seriam os critérios? E porque mesmo com essa alcunha esses artistas são cultuados? Por uma minoria é claro, mas são. Será que é apenas mais um rótulo para identificar um "novo produto"? Marketing? Ou de fato existe fundamentação plausível para isso.
Meus caros, essas perguntas também povoaram minha cabeça. Ainda mais quando soube que Luiz Melodia fazia parte do clã, porém, dentre os malditos creio deva ser o mais bendito deles. Mas vamos lá, pesquisando descobri que a alcunha "Malditos" foi criada no início dos anos 1970 (72/73) e era usada nos seguintes casos:
1º) Para artistas que se destacaram por fazerem um trabalho anti-comercial. (Melodia a meu ver não se encaixaria nesse preceito);
2º) Para os trabalhos de todos aqueles que produziam músicas que não costumavam tocar em rádio, e eram conhecidos por uma faixa restrita do público (se fôssemos tranferir para os dias atuais, a maldição teria tomado conta geral, rsrs);
3º) Para artistas que um dia fizeram parte de uma estética de vanguarda;
4º) E por fim, para artistas que de forma independente conseguiram realizar suas gravações e ainda assim ter uma projeçãozinha efêmera, porém, suficiente para criar um grupo de doidos iguais a eles que os cultuariam "ad aeternum".
Os anônimos mais famosos, e que talvez você nunca tenha ouvido falar na vida, são: Jards Macalé, Jorge Mautner, Walter Franco, Sergio Sampaio, Edy Star, Luiz Melodia, Tom Zé, Torquato Neto, Wally Salomão, Paulo Leminsk (esses três últimos na poesia musicada) e Itamar Assumpção.
Dentre todos os nomes que constam na lista dos malditos Tom Zé e Luiz Melodia foram os únicos que conquistaram um projeção consideravel. Se eu tivesse escrevendo esse texto em 1990 Tom Zé não estaria sendo citado, a guinada surpreendente que ocorreu na carreira de Tom Zé só aconteceu por que o doido, sempre eles, do David Byrne ("cabeça" dos TalkingHeads) , no início da década de 1990 trombou com um disco de Tom Zé e chapou, no mesmo instante entrou em contato com o artista e em 1992 lançou uma coletânea chamada "The Hips of Tradition - The Return of Tom Zé" com circulação internacional pelo seu selo LuakaBop. Resumindo, foi sorte, é claro que a qualidade da obra pesou, mas o caso a parte é realmente: Luiz Melodia.
Maledicências ou "benledicências" a parte, como os demais, Luiz Melodia é um gênio! O Negro Gato estreou em disco no ano de 1973 com esse volume excelente que não poderia ter melhor nome: Pérola Negra. A faixa título havia sido gravada por Gal em 1971 e o sucesso da composição foi a carta branca para que Luiz Melodia gravasse seu disco de estréia na Philips, dona do melhor cast da época.
O álbum teve como diretor de produção o competentíssimo Guilherme Araújo e como arranjadores Perinho Albuquerque e Arthur Verocai. Teve participação do Regional de Canhoto de Dominguinhos e de Damião Experiência.
Dez faixas compõem o elepê, todas assinadas por Luiz Melodia. Das 10 pelo menos 5, ou seja, metade, se tornaram bem conhecidas, são elas: "Estácio, Eu e Você", "Vale Quanto Pesa", "Estácio, Holy Estácio", "Pérola Negra" e "Magrelinha". Para um disco de estréia é um bom percentual não? rsrs. Pois é, mas apesar disso seu segundo elepê só sairia 3 anos depois. Bom... isso já é história pra outra postagem, por hora ficamos por aqui. Apreciem sem moderação!!!
Ah! A arte gráfica é genial!!!! Assinada por Rubens Maia.

"...se intere da coisa sem haver engano, Baby te amo nem sei se te amo..."


Para Baixar e Sair Sacundindo: Luiz Melodia - 1973 - Pérola Negra


Para Saber Mais: Homepage Luiz Melodia - Homepage Luiz Melodia Uol


Para Assistir e Sacundir: Pérola Negra - Mal Secreto (Música de Jards Macalé e Wally Salomão)


Postado Por Marcel Cruz

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Torquato Neto - Um Poeta Desfolha a Bandeira...

Outro elo entre tropicalistas e malditos. Torquato Neto, o poeta maldito.

Torquato foi uma das figuras chave no desenvolvimento da poética tropicalista, fez parte do seleto grupo desde o início, é dele a genialíssima letra de "Geléia Geral" musicada por Gil e de "Mamãe Coragem" musicada por Caetano, ambas para o álbum do movimento, no ano de 1968 só com Caetano e Gil tiveram bem umas 7 composições, a produção foi intensa. O álbum aqui presente se trata de uma coletânea póstuma lançada em 1985 pelo Centro de Cultura Alternativa Rio/Arte em parceria com a Secretaria de Cultura do Piauí. O volume teve a magra tiragem de apenas 2000 cópias, das quais uma se encontra em minhas mãos, rsrs.

Originalmente doze composições integram o álbum, é claro que não poderia me ater a apenas 12 faixas, por isso o arquivo que vocês terão acesso contém 7 faixas bônus. As datas das gravações vão de 1966 a 1973, infelizmente, ou felizmente, rsrs, nenhuma na voz de Torquato pela óbvia razão de Torquato não ser cantor.

Os intérpretes formam um time de primeira grandeza, temos Elis Regina em "Veleiro", Edu Lobo & Maria Bethânea em "Pra Dizer Adeus" e "Lua Nova", Nara Leão em "Vento De Maio" e "Deus Vos Salve Essa Casa Santa", Jards Macalé em "Let's Play That", Gal Costa em "Zabelê", "Mamãe, Coragem", "Três Da Madrugada", "Coisa Mais Linda Que Existe", "Minha Senhora" e "Nenhuma Dor", com Caetano Veloso temos "Ai de mim Copacabana" e com Gilberto Gil: "Louvação", "A Rua", "Marginália II", "Geléia Geral", "Todo Dia é Dia D" e "Domingou".

Torquato foi jornalista e multi artista, além de poeta e escritor atuou como protagonista do filme "Nosferato no Brasil" do cineasta Ivan Cardoso e dirigiu o filme "Terror Da Vermelha", isso pouco antes de partir pra outra. Nos links abaixo vocês terão mais detalhes.

Ah! E voltando ao disco, fiz a substituição de duas faixas que estavam no volume original, troquei "Louvação" que estava na interpretação de Elis e Jair Rodrigues pela de Gilberto Gil e "Pra Dizer Adeus" também com Elis troquei pela versão com Edu Lobo e Bethânea. E fim de papo!... Ta legal...

"Mamãe mamãe não chore, a vida é assim mesmo eu fui embora..."



Para Baixar e Sair Sacundindo: Torquato Neto - 1985 - Um Poeta Desfolha a Bandeira...


Para Saber Mais: Torquato Home Page - Fotos de Nosferato no Brasil - Biografia


Para Assistir e Sacundir: Torquato e o Cinema - Terror Da Vermelha - Trinta anos Sem Torquato - Nenhuma Dor (Com Gal)


Postado Por Marcel Cruz

domingo, 26 de julho de 2009

Jorge Mautner - Para Iluminar a Cidade

I'm baaaaaaaaack!!!! Depois de um, literalmente, longo e tenebroso inverno, estou aqui novamente, ainda não sei ao certo como será minha frequência de postagem, mas enfim, o que não pode acontecer é parar de vez. Então vamos lá, conforme o prometido na postagem anterior seguiremos com os denominados malditos da MPB.

Não farei aqui um pente fino na maldição mpbística existente, apenas pontuarei alguns nomes que me fazem, ou fizeram, a cabeça por algum tempo. Resumindo: muita gente vai ficar de fora.

O segundo nome que trago e que é uma espécie de ponte entre pós-tropicalismo e "malditismo" é o carioca, pra lá de doido , Jorge Mautner.
A aproximação de Mautner com os tropicalistas se deu em Londres nos idos de 1970, onde Caetano e Gil estavam exilados. A partir de então as amizades se estreitam e surgem parcerias musicais, ou seja, Mautner é agregado ao Clã.

O primeiro elepê de Mautner, foi lançado apenas em 1972 em edição pirata pela própria Philips/Phonogram, leia abaixo o trecho retirado do site de Jorge:


"1972: Lança o LP Para Iluminar a Cidade e o compacto Planeta dos Macacos, pelo selo Pirata, da Phonogram. O disco é lançado por um preço mais baixo que o de mercado, e as lojas começam a boicotá-lo. Assim, o selo Pirata deixa de existir, e o disco é retirado de circulação."


De fato, na capa original tem o preço de quinze cruzeiros (CR$ 15,00) prensado no canto superior direito. Este selo "Pirata" teve a vida curta de apenas dois álbuns: o de Jorge e o de Caetano e Gil (Barra69), este último sem o preço na capa.

A mim Jorge chegou, e não poderia ser de outra forma, através dos tropicalistas, foi ouvindo a composição "Vampiro" que Caetano Veloso gravou em 1979 que meu interesse 'mautneriano' cresceu, fui atrás e pra minha sorte o primeiro álbum que encontro foi justamente esse: "Para Iluminar a Cidade", edição original por excelentes R$15 (quinze reais), só atualizou a cifra, rsrs. Na época adorei o álbum, estava realmente deslumbrado, achei o máximo as composições "Quero Ser Locomotiva" e "Sapo Cururu", "Super Mulher", "Olhar Bestial", enfim, das 9 composições contidas no volume, consegui gostar de todas. Hoje reouvindo o disco pra postar já não achei tão genial assim, o que achei foi enfadonho e pra falar a verdade chato. Não sei dizer se foi meu estado de espírito ou se foi a maturidade inevitavelmente adquirada 12 anos após a primeira audição do disco ou simplesmente mudança de gosto, sei lá, rsrsrs.

De qualquer forma, não me restringi apenas a esse disco, os dois seguintes lançados respectivamente em 1974 e 1976, me fizeram a cabeça de montão na época que conheci, teve também, "Bomba de Estrelas" e "Árvore da Vida", sim eu fui um Mautnermaniaco. Fui em shows e até peguei autógrafos! rsrsrs.

E digo mais, tem coisas genialíssimas, vale a pena conhecer, minha opinião pode ser momentânea, quem sabe ao ouvir novamente volte aquilo tudo que aconteceu na primeira vez, ou não, como diria Caetano, rsrs.

Bom, to passando a bola, vamos ver o que vocês acham, espero que gostem desse tanto quanto já gostei. Pretendo postar mais os dois álbuns citados acima (74/76). Vamos ver, rsrsrs. Por hora é isso... Vamo que vamo que o som não pode parar!!!



Para Baixar e Sair Sacundindo: Jorge Mautner - 1972 - Para Iluminar a Cidade


Para Saber Mais: Jorge Mautner Homepage


Para Assistir e Sair Sacundindo: Clip não oficial de "Vampiro"(Versão de Caetano Veloso) - O Vampiro (com Jorge Mautner)



Postado Por Marcel Cruz


terça-feira, 23 de junho de 2009

Pausa

Queridos visitantes, desculpem minha ausência, não pensem que desisti do Sacundin não! Final de semestre, monografia, to trabalhando um monte, graças a Deus, e por isso o Sacundin está literalmente no "Pause", rsrs
Espero voltar logo. Para que vocês saibam quando voltei sugiro que optem por seguir o blog ali embaixo que ele avisa, é so se adicionar.

Abração e vamo que vamo que a vida não pode parar!!!

Marcel Cruz


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Jards Macalé - Jards Macalé

Outro figurinha de extrema importância no âmbito tropicalista foi Jards Anet Da Silva, Jards Macalé ou apenas Macal, nome que Caetano invoca para solar em "Nine Out Of Ten" no LP Transa.

Até o episódio de "Gothan City" Macalé estava participando do movimento mais nos bastidores. A carreira fonográfica de Macal se dá apenas em 1970 com o lançamento de um compacto duplo que continha quatro faixas, esse compacto é bastante difícil de se conseguir em perfeito estado, na cópia que tenho tentei dar uma melhorada no som mas sinceramente ainda não fiquei satisfeito com o resultado, mas mesmo assim acrescentei essas faixas como material bônus do arquivo aqui presente.

Jards também tem um histórico de trilha sonora no cinema nacional, é dele as trilhas de "Macunaíma", do diretor Joaquim Pedro De Andrade, e de "Amuleto de Ogum", de Nelson Pereira Dos Santos. Neste, Jards também atua interpretando um músico cego que é o narrador da história.

Bom, a estréia de Jards em Long-Play solo se dá em 1972 e da melhor forma possível, Jards conta com ninguém menos que Tuti Moreno na Bateria e o genial Lanny Gordin, que junto com Macalé assume o Violão além de também ser o responsável pelo Baixo.

No repertório, composições escolhidas com bastante esmero. Não, infelizmente não temos nele a gravação de "Gothan City", aliás, pelo que se sabe essa composição nunca foi gravada por Jards, gostaria de saber o motivo. Mas enfim, o LP é composto por 9 faixas, no CD temos 11 pelo fato de que 2 vinhetas contidas entre as faixas estão separadas, ou seja, o resultado final acaba dando 11 faixas.

O álbum abre com a excelente "Farinha Do Desprezo" feita em parceria com Capinam, em seguida Jards canta quase que sem querer, como se fosse um lamento, o refrão de sua genial "Vapor Barato" feita em parceria com Waly Salomão e imortalizada por Gal Costa. A próxima é "Revendo Amigos", uma das que mais gosto, também feita em parceria com Waly. Recentemente essa música ganhou uma versão que ficou fantástica.

Mais duas e fechamos o Lado A, outra jóia ímpar também feita em parceria com Waly e imortalizada por Gal aparece agora na voz do compositor: "Mal Secreto", fenomenal!!! Acho essa composição ducaraaaaleo! Jards escolhe pra fechar a elegantíssima "78 Rotações"... grave um disco devagar... devagar quase parando um long play... Com as mãos frias mas com um coração queimando... . Parceria com Capinam. Excelente!

O Lado B abre com a melancólica "Movimento Dos Barcos", seguida pela não menos melancólica e excelente "Meu Amor Me Agarra e Geme e Treme e Chora e Mata", ambas feita em parceria com Capinam. O que entra em cena agora é o resultado da doida parceria entre Macalé e Torquato Neto: "Let's Play That", desafinando o coro dos contentes! rsrs.

Além de suas composições Macal escolheu duas composições 'alheias', uma do então novato Luiz Melodia, que entraria pro cenário fonográfico nacional no mesmo ano, "Farrapo Humano", e outra de Gilberto Gil chamada "A Morte". Fechando o álbum, temos outro hit em forma de vinheta, "Hotel Das Estrelas" parceria com Duda, gravada anteriormente por Gal em seu álbum 'LE-GAL'.

Como citei no começo do texto, acrescentei mais 4 faixas ao arquivo. Essas faixas são parte integrante do primeiro compacto lançado por Jards Macalé que tem como banda de apoio o grupo SOMA que entre outros tinha como integrantes Zé Rodrix e Naná Vasconcelos. As quatro composições são: "Soluços" de Jards, "O Crime" parceria com Capinam, "Só Morto(Burning Night)" - a mais fooooda! - e "Sem Essa"(regravada em 1977 no LP Contrastes), ambas em parceria com Duda.

Apesar de todo seu histórico e composições Macalé nunca se considerou tropicalista.

É isso aí, ele não, mas a gente considera! rsrsrs.

PS* Macalé é sim considerado, junto com Mautner, Itamar Assumpção e Luís Melodia, entre outros, como um dos "Malditos Da MPB". Já que é assim chegou a hora e a vez dos Malditos no Sacundin!!! O próximo será Jorge Mautner, esse sim maldito e tropicalista! rsrsrs.


"...E tudo o mais jogo num verso, intitulado mal secreto..."



Para Baixar e Sair Sacundindo: Jards Macalé - 1972 - Jards Macalé


Para Assistir e Sair Sacundindo: Macalé especial Torquato Neto 1977 - Macalé no Sem Frescura (Bate Papo com Pereio, Genial!!!!)


Para Saber Mais: Bio - Jards Macalé Homepage


Postado Por Marcel Cruz

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sexta, Dia 24 de Abril - Prolongando o Dia de Jorge

Para todos aqueles que ficaram beeeeem afim de ir na primeira edição e não conseguiram, resolvemos fazer uma segunda do "Jorge23". Dia 23 de Abril é de fato dia de São Jorge, dia do nascimento de outro mestre da música brasileira: o imortal Pixinguinha! Esse fato foi o principal motivo para que no Dia 23 de Abril também se comemore o Dia Nacional do Chorinho.

Bom, esse discurso todo para avisar que optamos por prolongar essas comemorações todas fazendo o show "Jorge23" no dia 24 de Abril, ou melhor, nas 24h a mais que incluimos no 23, rsrsrs.

Ou seja, resumindo e confirmando: Próxima sexta dia 24 de Abril à partir das 22h no Jokers Pub Curitiba:

Samba Rock Sport Club apresenta: Jorge 23!

Afinal de contas tantos fatos importantes como estes merecem muito mais de 24h de comemorações!

Para maiores informações clique no Cartaz.


Postado Por Marcel Cruz

terça-feira, 31 de março de 2009

Antonio Carlos & Jocafi - Mudei De Idéia (Versão Sacundinbenblog)

Ta aí outro daqueles que surpreende do início ao fim, ecos de tropicalismo, samba-rock, funk e psicodelia explodindo em nossos ouvidos.

"Mudei De Idéia", álbum de estréia dos baianos Antônio Carlos & Jocafi, fez um estrondoso sucesso já de cara, o repertório do volume é composto por canções que se tornaram hits absolutos como "Você Abusou", talvez a composição que mais ganhou versões no mesmo ano, já cataloguei pelo menos 10 delas. Também se encontram no volume "Desacato" e "Mudei de Idéia", ambas, a exemplo de "Você Abusou", com inúmeras regravações. Paramos por aí? Sim e não.

Se quisermos levar em conta apenas os hits da dupla que povoou o ano de 1971, sim, pois além dos três citados acima temos ainda "Lúcia Esparadrapo", música composta especialmente para a personagem da atriz Dejenane Machado, na novela "O Cafona", a faixa fazia parte da trilha sonora da mesma e, até onde, sei não se encontra na discografia da dupla.

Se dependermos do conhecido pararíamos por aí, mas não, não podemos nos contentar com tão pouco, são as cerejas do bolo que mais me interessam, vamos até elas!

O álbum é composto por 12 faixas, tirando os três hits citados acima nos sobram ainda 9 faixas, é bastante raro encontrar a ficha técnica do disco, porém, recebi informações que afirmam a participação de ícones tropicalistas, como por exemplo Rogério Duprat, que segundo me disseram assina alguns arranjos, senão todos.

O Lado A é iniciado com a comentadíssima "Você Abusou", seguida de "Se Quiser Valer", funkeira ultra-violenta que conta com ninguém menos que Lanny Gordin pilotando as guitarras. A participação de Lanny permeia o disco todo. "Kabaluarê", faixa que segue, é mais uma que o gênio da "guita" faz brilhar, a composição é tão consistente que serviu, ou melhor, foi usada praticamente em sua totalidade como base de "Qual é?", música de Marcelo D2 lançada com estrondoso sucesso nos idos de 2003.

A próxima é um xote-baião com uma onda de samba-rock (eita porra!rsrsrs), "Conceição Da Praia", boa de se dançar. A psicodelia começa a dar as caras em "Hipnose", um funk genial que tem como intermezzo um baião encaixadinho de forma espetacular, a letra é uma viagem só. Fechando o Lado A temos a suingada faixa título, "Mudei De Idéia".

O Lado B sofreu uma leve alteração minha, dois dos temas contidos no volume original fiz o favor de substituir, porque meus caros... nada tinham a ver com as demais faixas. Uma delas parecia a dupla "Leandro & Leonardo" cantando, ninguém merece! A outra era uma toada meio xote, meio sei lá o que, quem tiver curiosidade procure por aí, rsrsrs, mas vou logo adiantando que não estão perdendo nada, porque a substituição, modestia a parte, foi de gala. Bom, então vamos lá.

A abertura do Lado B se dá com "Desacato", um samba com caráter de partido alto dado pela cuiquinha bem marcada e uma orquestração de cordas na medida exata. A próxima, "Quem Vem Lá", inicia com a guita de Lanny, que vem furando nossos ouvidos e logo recebe o acompanhamento da massa sonora de órgão, metais, batera e percussão, porrada desnorteadora, trilha de filme; o arranjo me lembra Chiquinho de Moraes, não duvido que seja dele.

Temos agora a primeira substituição, saiu "Nord West" e entrou a excelênte "Simbarerê", faixa contida originalmente no segundo disco deles, "...A Cada Segundo", álbum de 1972, dessa sim temos a informação exata do arranjador. Melhor impossível! Dom Salvador foi o responsável pela roupagem, concepção simplesmente genial, é só o que tenho a dizer. A faixa que segue é o excelente samba-rock "Morte Do Amor", música e letra fenomenais, Jorge Ben deve ter ficado orgulhoso pela nítida influência. Mais uma funkera psicodélica entra em cena, agora temos "Deus Nos Salve", faixa que ganhou um arranjo de metais muuuito, mas muito fuderoso, a letra não fica pra traz e acompanha a psicodelia vigente. A segunda substituição foi da faixa que fecharia o volume, saiu "Bonita" e entra o surpreendente funk "Xamego de Iná", essa música ganhou uma versão do Trio Mocotó com um solo de cuíca inacreditável, a que temos aqui foi retirada do terceiro álbum da dupla. Com ela concluimos o volume, sinceramente fiquei orgulhoso com as alterações, rsrsrsrs.

É claro que uma pérola dessas não pode deixar de ter material bônus incluído. Acrescentei a funkeadíssima "Lúcia Esparadrapo", na interpretação de Betinho e um vídeo que mostra Elis Regina e a dupla interpretando um pout-porri com as famosas "Lúcia Esparadrapo", "Você Abusou", "Mudei De Idéia" e "Desacato", ultramegathunder-fantástico!!! É isso aí...


"...Estou aqui em nome da tristeza, dando a certeza de que o amor morreu..."

Ah! Caso alguém tenha a ficha técnica do LP me passe se possível, desde já deixo meus agradecimentos. Valeu!


Para Baixar e Sair Sacundindo: Antonio Carlos & Jocafi - 1971 - Mudei De Idéia (Versão Sacundinbenblog)


Para Saber Mais: Biografia Antonio Carlos & Jocafi


Para Assistir e Sair Sacundindo: Elis Regina e Antonio Carlos & Jocafi - Xamego De Iná Com Trio Mocotó

Postado Por Marcel Cruz