quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ludovico Einaudi - 2009 - Nightbook


       Não é com muita frequência que isso acontece, mas sabe aqueles discos que você nunca viu na vida, acha a capa bacaninha e na loja/sebo ao dar aquela primeira passada de reconhecimento já fica todo contente como se tivesse acabado de descobrir mais uma nova história de mais pura afinidade? Você se empolga e fica com um pouco de receio de que talvez a coisa possa nem ser tudo isso, no entanto, leva e não vê a hora de chegar em casa para ouvir com calma e ter o veredicto real da situação.

       Foi mais ou menos isso que aconteceu comigo ao me deparar com o álbum “Nightbook” de Ludovico Einaudi, lançado nos idos de 2009. coisa chegou até mim por acaso, até então eu não tinha sequer ouvido falar dele, mas cheguei num sebo e ele estava ali, me esperando. Desde então tem sido presença constante no meu dia a dia, esse álbum especificamente me lembra muito a obra de  Max Richter, possivelmente esse seja um dos motivos do “amor à primeira ouvida”.

      Ludovico como Max Richter vem de uma formação erudita mas consegue transitar muito bem entre universos variados, a fusão realizada por ele entre percussões, cordas e timbres eletrônicos/sintz é de uma categoria ímpar. O álbum contém 13 faixas (tudo: arranjos e composições próprias) e uma unidade perfeita, mas meu destaque vai para as seguintes faixas: 

       “Lady Labyrinth” e “Nightbook”, em ambas as faixas a alquimia entre piano cordas e percussão se faz perfeita, as conversas entre piano e cordas são de uma simplicidade certeira, nada de excepcional, porém na medida. Essas são, digamos que, as mais agitadas do álbum. Em “Indaco” e “Eros” ele mantém a orquestração piano/cordas, apesar de que no finzinho de “Eros” a percussão novamente dá as caras. A dramaticidade de “Eros” é de tirar o fôlego e faz com que música e título se misturem tão bem que você não consegue encontrar nome mais apropriado para a composição.

       A novidade na orquestração fica por conta de “The Crane Dance” onde além das cordas e piano, ouvimos também um vibrafone e um violão que dão um toque especial na composição. “Rêverie”, pra mim, casa perfeitamente com estrada, com ir embora. Tem um quê de saudade nostálgica nela que chega a ser inexplicável o violão aparece sorrateiramente novamente complementando toda essa sensação. Coincidentemente – ou não – a faixa que segue se chama “Bye Bye, Mon Amour”, e funciona quase que como uma continuação da anterior – isso pode não ter sentido algum, pois nem sempre o que o autor pensa é o que acontece com relação à leitura de sua obra, porém, pra mim faz todo o sentido. Bom, estamos praticamente no fim do álbum e “The Planets”, seria uma espécie de ‘corta pulsos’, ainda não sei se gosto ou não dela, me lembra um pouco a trilha do filme ‘21gramas’ e me traz uma melancolia meio sinistra - tipo a do filme - que não sei muito como explicá-la. Finalizando o volume temos novamente “The Nightbook” só que agora como “Solo”, sem cordas, sem percussão e que no CD era pra funcionar como aquelas faixas bônus escondidas, sacam? Nesse caso nem tão escondida assim, pois ela começa depois de breves 1min e 57seg do mais puro silêncio. 


       Agora é com vocês, apertem o play e boa viagem...


Para Tentar Baixar e sair Sacundindo: Torrent Nightbook (Não testei)

Para somente ouvir e Sacundir: Ludovico Einaudi - 2009 - Nightbook

Para Saber Mais:  Homepage Ludovico Einaudi 

Para Assistir e Sacundir: Ludovico Einaudi Live

Postado Por Marcel Cruz
Revisão: Ana Coralina

Um comentário:

Dave Bowman disse...

Maravilhoso, desde os primeiros segundos. Vou compartilhar a descoberta. Valeu!Abs.