sexta-feira, 27 de março de 2009

Os Mutantes - Jardim Elétrico

Muito bem! 1971 é isso aí! rsrsrs. Quarto disco de carreira, retorno de uma turnê de sucesso pela França, um álbum gravado por lá (que, creio eles não sabiam, só chegaria nas mãos do público em 1999, quase 30 anos depois!). Mas nem tudo eram flores, o casal Rita /Arnaldo já não estavam lá muito bem.

Musicalmente o álbum tem tanta maturidade quanto os anteriores, temas consistentes, arranjos excelentes, ora próprios, ora com dedinhos de Duprat, com Arnolpho Lima (Liminha) e Ronaldo Paes Leme efetivados na banda de fato, o trio tornou-se oficialmente quinteto.

O repertório é genial! Onze composições dentre as quais, duas ("Top Top" e "Lady, Lady") também levam a assinatura de Liminha, Liminha, rsrsrs. O volume tem ainda uma versão em inglês feita por eles para "Baby", de Caetano Veloso. As demais são todas assinadas somente pelo trio.

O Lado A abre com a excelênte "Top Top", hit absoluto criado a partir de um jargão, marca registrada de Fradinho, personagem criado pelo cartunista Henfil e bastante famoso na época. Em seguida temos o tema "Benvinda", balada ultra-romântica nos moldes das criações de 'Tim Maia', a referência é tão latente na composição que a contra-capa do Lp traz uma curiosa observação/aviso: " *Qualquer semelhança com Tim Maia é mera coincidência", o arranjo de cordas feito por Duprat intensifica ainda mais o romantismo da canção.

"Tecnicolor", tema que vem logo depois, tem a letra em inglês que, entre outras coisas, fala de uma viagem num trem multicolorido, a melodia é genial. A próxima é a 'chicana' "El Justiciero", o clima mariachi invade nossos ouvidos e é fácil visualizar aqueles faroestes que se passam no México, a tiração de onda no início com o 'Once upon a time...' é excelente!

O álbum como um todo é cheio de baladas e a que segue é uma das melhores "It's Very Nice Pra Xuxu", só pelo nome já vale ser ouvida, sem contar que a interpretação que Arnaldo Baptista faz é ímpar. Seguindo o tom de irreverência vem o desabafo 'lava alma' de "Portugal De Navio", nome que foneticamente guarda bastante semelhança com nosso corriqueiro '...Vá pá Púuuu...rtugal de Navio...' ops! Não posso baixar o nível aqui, rsrsrs. Com essa concluímos o Lado A do bolachão.

O Lado B inicia com outra balada, "Virgínia", relacionamento ou o fim de um é a temática dessa canção, poesia pura. Seguindo temos os dois temas mais 'rock'n'roll' do álbum: "Jardim Elétrico", faixa psicodélica que dá nome ao volume e a não menos psicodélica "Saravá". Na verdade, entre elas temos, a meu ver, uma das mais geniais do grupo: "Lady, Lady", talvez a composição mais Beatles que os Mutantes já fizeram, música e letra fantásticas. Fechando o Lado B, e o álbum como um todo, temos a já citada "Baby" de Caetano Veloso que recebeu letra em inglês do trio, ficou perfeita!

A arte gráfica do álbum ficou a cargo de Alan Voss, gênio dos quadrinhos e das ilustrações. O traço inconfundível de Alan Voss e a psicodelia do enredo da capa dão o toque final pro disco transformando-o num conjunto conceitual perfeito, aparência e conteúdo caminhando no mesmo patamar. Acho que é isso...


"...Tudo lembra nossas vidas, Nossas noites de ilusão, Suas roupas estão vazias, Lady ainda estou aqui..."



Para Baixar e Sair Sacundindo: Os Mutantes - 1971 - Jardim Elétrico


Para Saber Mais: Alan Voss - Fradim Henfil



Postado Por Marcel Cruz

3 comentários:

Carol Aquini disse...

Cara, muito bom teu blog!! Vou colocar nos meus favoritos!! Adorei!!

Anônimo disse...

Exelente blog cara,muitas raridades,gostei mesmo parabens!!

sami disse...

v a l e u : ótimo disco, ótimo blog. Abraço desde buenos aires