segunda-feira, 15 de junho de 2015

Hypnotic Brass Ensemble - 2015 - Festival 351 Curitiba



       É muito louco quando uma banda gringa da qual você é muito fã vem tocar na sua cidade, e o melhor, praticamente no seu quintal, no meu caso específico, a uma distância de no máximo 5 quadras da minha casa. Isso me aconteceu no mês passado e foi muito marcante. 
         Meio OUT da programação cultural que tava rolando na cidade, uma amiga vem com a notícia: -Nego, você viu que vai ter Hypnotic no Festival 351? Eu: -Hã?!!?? Carááááleo! Onde? Quando? Quanto?

        Ao mesmo tempo que fiquei contente pra caráleo, constatei com pesar, que no dia do show eu estaria trabalhando, e o mais complicado, no mesmo horário. Comemoração e desolação simultânea, aquele conformismo complacente e inevitável, não tinha muito o que fazer. Essas coincidências já aconteceram outras vezes, afinal de contas, de maneira geral, músicos quase não vão assistir outros músicos nos finais de semana, aos sábados então nem se fala, as agendas quase sempre se chocam. Outro detalhe que me fez ficar mais de cara ainda: ingressos para o show pela bagatela de R$30!!!! Logo eu que a uns dois ou tres anos quando soube da vinda deles pro PERCPAN  no Rio de Janeiro, cogitei em me deslocar até a cidade maravilhosa só pra sentir essa hipnose sonora espancando meu peito, ia perder a parada na minha cidade, no bairro onde moro e por um preço beirando a entrada franca. 
     Mas ok, já totalmente conformado, na véspera da apresentação um dos jornais local solta a notícia de que o Hypnotic teve problemas com os vistos de entrada no país e que o evento estava sendo adiado para a semana seguinte, e o melhor, seria no Domingo! Era um tanto inacreditável isso ter acontecido. Domingo eu não iria tocar, logo, essa era pra mim e não ia perder por nada nesse mundo (to sendo um pouco exagerado eu diria).           

      Os excelentes e carismáticos integrantes do Hypnotic Brass Ensemble desembarcaram por aqui dia 24 de Maio, vieram direto de Sampa numa maratona de apresentações, mesmo com a agenda cheia, e nesse corre de ir daqui pra lá e vice versa, os caras chegaram chegando! A energia com que eles seguram a apresentação é contagiante, quem gosta aumenta seu gostar e quem não conhecia passa a admirar. Com o repertório bem escolhido, intercalando temas instrumentais com termas cantados os integrantes mantém a interação com seu público do começo ao fim, quase todos cantam, sendo assim, não da tempo de ficar enjoado desse ou daquele timbre, nada como fazer bom uso do material que se tem em mãos, eles fazem isso com maestria. 
     Todos os temas são muito bons, mas no momento que você ouve as primeiras notas de "WAR" é muito fácil sair do corpo, por mim já ficaria contente da vida com apenas esse tema, mas foram 10! 
       As execuções de "Ballick Bone"e "WAR", considero como os pontos altos do show. No final, hora do bis, teve um peito lê lê que esteticamente não era lá muito agradável de apreciar e além disso a dona dos peitinhos estava surtadona. Foi engraçado ver a manobra entre seguranças e banda na negociação para deixa-la no palco, o publico em coro pediu para deixar, ela gesticulava, e com seus peitinhos balançantes dizia para o público: - Eles não querem me deixar... , o percussionista foi mediar com o segurança, a garota ignorou a censura e ficou interagindo com a rapeize dos metais, acabou sendo divertido e tudo acabou bem. 
    Eu estava no máximo a 3 metros do palco, assisti de camarote e ainda consegui registrar o show inteiro, além da memória física tenho também a digital. Presentaço do Festival 351! Que venham as próximas edições e que imprevistos benignos como este sempre estejam latentes! 
     Abaixo segue o video de "WAR". Camera tremendo e enquadramento cagado em vários momentos mostram que ficar parado, era coisa impossível de acontecer. Uh te rê rê!!!

Para assistir e Sacundir:


Postado Por Marcel Cruz
        

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Tulipa Ruiz - 2015 - Dancê


     Com composições certeiras e um time de arranjadores do mais alto nível e bom gosto, Tulipa Ruiz coleciona acertos em "Dancê", terceiro álbum da carreira da cantora e compositora, que a cada dia vem cativando e conquistado mais fans. 
    Ao colocar "Dancê" pra rodar é impossível ficar parado, você vai no mínimo bater o pé, é uma pancada atrás da outra em deliciosos 49 quase 50 minutos que duram as 11 faixas que compõem o volume. 
    Além do time base que já a acompanha desde os trabalhos anteriores, temos aqui participações especialíssimas como a do genial João Donato em "Tafetá" e a do lendário Lanny Gordin em "Expirou", de Felipe Cordeiro e Manoel Cordeiro que além da participação também assinam, junto com o casal Ruiz e Luiz Chagas, a autoria de "Virou", e pra fechar com categoria: Metá Metá (Kiko Dinucci, Jussara Marçal e Thiago França) que da um brilho magistral em "Algo Maior".
    O núcleo central de compositores que assinam, praticamente todas, as faixas contidas no álbum é composto pela dupla Tulipa e Gustavo Ruiz, a exceção fica em "Old Boy" que é só de Tulipa. Os demais compositores que aparecem são: Luiz Chagas, os Cordeiros, Caio Lopes e Marcio Arantes que, além de ser o baixista do álbum, também divide os arranjos de metais com Jacques Mathias e Alberto Continentino.  
     O álbum é impecável, mas mesmo todas as faixas sendo excelentes tem algumas, eu diria a maioria nesse caso, que grudam e a gente não se cansa de ouvir. Pra mim as que fizeram isso estão em sequencia: "Reclame", "Expirou", "Jogo do Contente" e "Virou". 
       Por hoje é só amiguinhos! Heheeeeee, rs.

"...Era pra ficar no chão, deu pé decolou...  Era pra ter sido em vão, como é que durou?..."


Para ouvir e Sair Sacundindo: Streaming Tulipa Ruiz - 2015 - Dancê     

Para assistir e Sacundir: Virou   

Para Saber Mais: Homepage Tulipa Ruiz

    


Postado por Marcel Cruz


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ludovico Einaudi - 2009 - Nightbook


       Não é com muita frequência que isso acontece, mas sabe aqueles discos que você nunca viu na vida, acha a capa bacaninha e na loja/sebo ao dar aquela primeira passada de reconhecimento já fica todo contente como se tivesse acabado de descobrir mais uma nova história de mais pura afinidade? Você se empolga e fica com um pouco de receio de que talvez a coisa possa nem ser tudo isso, no entanto, leva e não vê a hora de chegar em casa para ouvir com calma e ter o veredicto real da situação.

       Foi mais ou menos isso que aconteceu comigo ao me deparar com o álbum “Nightbook” de Ludovico Einaudi, lançado nos idos de 2009. coisa chegou até mim por acaso, até então eu não tinha sequer ouvido falar dele, mas cheguei num sebo e ele estava ali, me esperando. Desde então tem sido presença constante no meu dia a dia, esse álbum especificamente me lembra muito a obra de  Max Richter, possivelmente esse seja um dos motivos do “amor à primeira ouvida”.

      Ludovico como Max Richter vem de uma formação erudita mas consegue transitar muito bem entre universos variados, a fusão realizada por ele entre percussões, cordas e timbres eletrônicos/sintz é de uma categoria ímpar. O álbum contém 13 faixas (tudo: arranjos e composições próprias) e uma unidade perfeita, mas meu destaque vai para as seguintes faixas: 

       “Lady Labyrinth” e “Nightbook”, em ambas as faixas a alquimia entre piano cordas e percussão se faz perfeita, as conversas entre piano e cordas são de uma simplicidade certeira, nada de excepcional, porém na medida. Essas são, digamos que, as mais agitadas do álbum. Em “Indaco” e “Eros” ele mantém a orquestração piano/cordas, apesar de que no finzinho de “Eros” a percussão novamente dá as caras. A dramaticidade de “Eros” é de tirar o fôlego e faz com que música e título se misturem tão bem que você não consegue encontrar nome mais apropriado para a composição.

       A novidade na orquestração fica por conta de “The Crane Dance” onde além das cordas e piano, ouvimos também um vibrafone e um violão que dão um toque especial na composição. “Rêverie”, pra mim, casa perfeitamente com estrada, com ir embora. Tem um quê de saudade nostálgica nela que chega a ser inexplicável o violão aparece sorrateiramente novamente complementando toda essa sensação. Coincidentemente – ou não – a faixa que segue se chama “Bye Bye, Mon Amour”, e funciona quase que como uma continuação da anterior – isso pode não ter sentido algum, pois nem sempre o que o autor pensa é o que acontece com relação à leitura de sua obra, porém, pra mim faz todo o sentido. Bom, estamos praticamente no fim do álbum e “The Planets”, seria uma espécie de ‘corta pulsos’, ainda não sei se gosto ou não dela, me lembra um pouco a trilha do filme ‘21gramas’ e me traz uma melancolia meio sinistra - tipo a do filme - que não sei muito como explicá-la. Finalizando o volume temos novamente “The Nightbook” só que agora como “Solo”, sem cordas, sem percussão e que no CD era pra funcionar como aquelas faixas bônus escondidas, sacam? Nesse caso nem tão escondida assim, pois ela começa depois de breves 1min e 57seg do mais puro silêncio. 


       Agora é com vocês, apertem o play e boa viagem...


Para Tentar Baixar e sair Sacundindo: Torrent Nightbook (Não testei)

Para somente ouvir e Sacundir: Ludovico Einaudi - 2009 - Nightbook

Para Saber Mais:  Homepage Ludovico Einaudi 

Para Assistir e Sacundir: Ludovico Einaudi Live

Postado Por Marcel Cruz
Revisão: Ana Coralina

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Calle 13 - 2010 - Entren Los Que Quieran


        A todo o momento nos apaixonamos, talvez a paixão seja a grande mola propulsora que nos move de fato. Em música, pra quem está mais antenado, isso acontece inúmeras vezes. Mesmo não estando tão atento ao mercado de lançamentos - mercado, diria eu, que merece a classificação "dos mais sem graça".  Pois, "a cachaça curtida, por poucos anos que seja, é muito mais saborosa" - a descoberta de novos amores, de novas paixões é constante. Faz um bom tempo que tenho ouvido coisas bem bacanas, mas a preguiça ou a vontade de compartilhá-las vinculada à dificuldade de subir arquivos mais notificações me colocando como infrator de direitos autorais e afins me deixaram com o pau mole e o tesão de fazê-lo estava em nível baixíssimo. Mas vamos lá! colocando a preguiça de lado e paudurecência em pleno vapor resolvi falar... 
Dentre tantas coisas que ouvi, uma em especial me fez a cabeça...

        CALLE 13. Trio porto-riquenho que desde que apareceu no cenário musical vem dando o que falar, basta você ouvir os dois últimos álbuns que ficará bem fácil entender o porquê. Letras politizadas, alquimia de gêneros na medida exata, bom gosto nos timbres escolhidos e altamente dançante. A gênese e trajetória do grupo você pode ver nesse link aqui, se tiver um tempinho vale a leitura. 

        Conheci CALLE13 ano passado a partir de um vídeo compartilhado no FB, ao assistir me perguntava: como ainda não conhecia? A resposta foi simples: não temos o poder de conhecer tudo o que gostaríamos, mas o velho jargão é mais do que válido: "Antes tarde do que nunca". 

       Era o show do álbum "Entren los que quieran" lançado em 2010 e vencedor de nada mais que 8! Grammys - no total CALLE13  já ganhou 19 Gramys e é o grupo mais premiado até então na história dessa premiação. O disco é uma pancadaria do começo ao fim. A primeira faixa intitulada "Intro", é cheia da mais fina e elegante ironia do começo ao fim de seus 3.18 min, na sequência, percussão e guitarras fazem cama pra entrar o groove da batera e a metralhadora verbal de Residente que se faz porta voz de sua gente com "Calma Pueblo", influência oriental em "Baile de los pobres" e a impossibilidade de ficar parado (resista se puder), momento reflexivo em "La vuelta al mundo"  um reggae sem clichês de reggae (genial!!!). A próxima nos leva pro velho oeste de Sergio Leone e Ennio Morricone, inevitável não lembrar de "O bom, o mal e o feio" ou "Por uns dóllares a mais", já a letra de "La Bala" inevitavelmente me trouxe o começo do filme "O senhor das armas" na cabeça, de estourar os miolos, uma das porradas contidas na letra é essa: "hay poca educación, hay muchos cartuchos, cuando se lee poco se dispara mucho" a denúncia de que o problema se encontra no óbvio. "Vamos a portarnos mal" pero con dignidade! Essa é pra sair do corpo! 

       "Latinoamerica" uma das canções mais bonitas do álbum, arrisco dizer ser uma das mais bonitas já feitas em homenagem à America Latina. É praticamente um hino, a gravação ainda conta com a participação de Maria Rita, tanta porrada e ainda estamos na metade do álbum, seguindo...

      Uma vinheta instrumental faz o elo entre as metades, e o que chega rasgando são os scratches da envenenada e provocativa "Digo lo que pienso", que deixa bem claro seu recado. Como não poderia deixar de ser, o álbum com toda sua ironia e engajamento também tem seu momento mela cueca mas que logo é,  literalmente, extinto (há, rs) "Muerte en Hawaii". Fela Kuti e sua turma baixam em "Todo se mueve" e CALLE13 nos presenteia com o mais autêntico e dançante afrobeat que deve ter deixado Fela orgulhoso onde quer que esteja (atenção pro elegante solo de flauta). "El Hormiguero" é o último soco no estômago, percussão latina bem marcada, guitarras e vocal furando os ouvidos, nocaute certo 'en equipo se resuelve cualquier contratiempo, cuando te picamos picamos al mismo tiempo...'. Depois desse formigueiro todo, "Prepárame la Cena" num clima sério e sereno supostamente encerraria a empreitada, só que não! CALLE13 não faria isso com vocês, pra finalizar de fato o álbum temos uma vinheta que é a maior tiração de onda com direito a vaias e afins. Isso é CALLE13! 
       
       Espero que gostem tanto quanto eu! No link abaixo estou deixando o torrent com a discografia toda deles até 2010, caso se interessem é só baixar. Do contrário, no próprio torrent há a opção de baixar somente o que desejar, basta selecionar.
 
"No tengo mucha plata, pero tengo cobre!!! Aquí se baila como bailan los pobres" 



Para Baixar e Sair Sacundindo: Discografia CALLE13 - 2005#2010

Para Assistir e Sacundir: Calle 13 - Festival Viña Del Mar 2011

Para Somente Ouvir e Sacundir: Calle 13 - 2010 - Entren los que quieran

Postado Por Marcel Cruz
Revisão: Ana Coralina

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Arlequim - Bernardo Bravo

       É um orgulho tão grande que me invade quando escuto o trabalho de um amigo e esse trabalho me toca profundamente. 
       Isso acaba de me acontecer ao ouvir ARLEQUIM mais recente álbum de Bernardo Bravo. Sabe aquele tipo de disco que você quer ouvir quando está muito feliz, ou muito bem, ou deseja sentir-se bem ser abraçado pelo som e viajar?... Então, estamos diante de um desses! 
       Momentos únicos de você com você mesmo, em que no decorrer dos 49 minutos, milhares de sensações boas vão transpassar sua cabeça, e vão te deixar em estado de graça, talvez seja até um certo exagero meu, mas é assim que me encontro... 
       O velho jargão de Miles Davis de que "Menos é Mais" é inegável nesse caso: uma voz, um piano e nada mais... Aliás não precisa de mais nada ta tudo aí, são 14 composições todas assinadas ora por Bernardo ora por compositores da cidade ou residentes da mesma (Curitiba). Bernardo ainda arrisca e é certeiro na deliciosa parceria com Chiquinha Gonzaga que, esteja onde estiver creio que deve ter dado seu sorriso de aprovação, e é mais fácil falar do que menos gostei no volume do que do que mais gostei, pois apenas "Manjubinha"  a meu ver tira um pouco a unidade do álbum, mas isso é só um detalhe que nem deve ser levado em conta, pois temos ainda 13 faixas excelentes e que podem muito bem ficar no modo repet do seu aparelho, seja ele qual for.   
       O timbre de voz e as interpretações de Bernardo surpreendem, é claro que as coisas ficam mais fáceis quando estamos em boa companhia - fato que não desmerece em nada o que acabo de afirmar, mas apenas reafirma a qualidade do todo  - pois o time de pianístas/intérpretes e arranjadores é de primeira grandeza. Três geniozinhos dividiram a empreitada: Fabio Cardoso ficou com: "Manjubinha", "Blues", "Santa Maria", "A Geada" e "Trago". Bruno Piazza com: "Carnaval em Curitiba", "Cangote", "Saudade", "Coisado", "Lua Madrinha", "Quase Lá", "Zeppelin" e "Beijador". O terceiro e último foi Vinicius Nisi que imprime sua identidade em "Inimaginável". Fora isso ainda temos a participação de Mariana Barros, Augusta Zanette, Nina Araujo e Chiris Gomes que recitam versos em algumas das canções, além de Amanda Pacífico que divide os vocais com Bernardo em "Coisado" (fooooda, rs) e Livia Lakomy que faz o mesmo em "Zeppelin". É isso, agora é parar pra ouvir e se auto-presentear com momentos delícia... 

"... Deixa eu pular carnaval em Curitiba, deixa a poeira baixar..." 
     
Para Baixar e Sair Sacundindo: Bernardo Bravo - 2013 - Arlequim


Para Apenas Ouvir e Sacundir: SoundcloudBernardoBravo


Para Falar com o Artista: Facebook Bernardo Bravo

Postado por Marcel Cruz

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Violeta Parra - Andres Wood

              Cada vez mais me vejo voltando os olhos para a América Latina e cada vez me sinto mais surpreendido com o tanto de coisas maravilhosamente geniais que temos a nossa volta, música, literatura, cinema dentre outras maravilhas que você não vê e nunca vai ver na grande mídia (se nem os verdadeiramente bons daqui estão, que dirá os Latinos). Já faz algum tempo que ando apaixonado por Violeta Parra, mas nunca tinha parado para fazer tal declaração publicamente, uma mulher pra se admirar em todos os sentidos e que agüentou até onde pode as conseqüências de suas escolhas, ano passado saiu um filme biográfico de Violeta, excelente por sinal. Dirigido por Andres Wood que também dirigiu o genial Machuca. Andres foi sensível ao extremo, se privou de sensacionalismos e concebeu uma obra tão grandiosa quanto a retratada. Roteiro, fotografia, atuações, tudo tudo muito esmerado, a trilha já tava pronta então deve ter sido o que menos deu trabalho, pois escolhesse o que fosse seria acerto.

       Não lembro ao certo a primeira vez que a ouvi, mas lembro quem me indicou, na ocasião me interessei mas não corri logo atrás, mas meu nego quando parei pra ouvi-la foi soco no estômago, a coisa pegou de um jeito muito forte e desde então volt'meia ela se faz presente nas minhas apreciações. Pare escute, absorva cada acorde, cada verso, tenho certeza que vai te fazer tanto bem quanto faz pra mim...

         Logo Abaixo deixei o torrent onde você pode baixar o filme completo, mas aqui você pode ter uma idéia do que vai assistir: As 11 Melhores Canções que aparecem em Violeta Se Fue a Los Cielos:

                                        

Para Baixar Assistir e Sair Sacundindo: Torrent "Violeta Se Fue a Los Cielos"

Para Ouvir e Sacundir, último disco de Violeta Completo

                                      

Para Saber Mais: Biografia Violeta Parra

Postado Por Marcel Cruz

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Papai Virtual


      Coincidentemente hoje (era pra ter sido publicado ontem 11 de Agosto de 2013) é meu verdadeiro dia dos Pais virtual, a data não poderia ser outra para fazer tanto sentido, pois a exatos 6 anos eu dava a luz ao Sacundinbenblog com vagas idéias de como seria, porém, sem a mínima idéia de quanto duraria ou se duraria, a verdade revelada nesses 6 anos é que a duras penas e com momentos de enorme displicência o Sacundin esta aí respirando com ajuda de aparelhos, mas resistindo, um filho forte, mas que ultimamente vem sendo tratado com desdém, quem acompanha minhas postagens sabe que faz um tempinho que venho me martirizando por isso, e que também tenho feito promessas de uma frequência que não tem acontecido. Mas é isso, foi o que me disseram quando iniciei: 
                              "Criar é o mais simples, mante-lo é que será o grande desafio".
     No começo tudo é novidade e a coisa acaba te tragando de uma maneira incrível, eu fazia postagens diárias, em sua maioria com textos curtos e em certo modo soando bastante superficial, acabei descobrindo tendo conhecimento de causa que, o fator "quantidade versus qualidade" é uma das grandes verdades universais. Com o tempo os textos foram ficando mais elaborados e consequentemente mais espaçados, comecei a ter a necessidade de pesquisar com mais afinco antes de sair semeando qualquer  informação que pudesse ser faláciosa, isso acabou gerando uma demanda de tempo maior para cada resenha, é claro que existem um outro fator fundamental ao trato, a criação do Sacundin foi com a intenção de exercício de escrita, haja vista, que logo eu tinha que enfrentar uma monografia. Enquanto esse norte estava valendo segurei a onda, mas a medida que o trabalho ia chegando próximo de sua conclusão, o desdém passou a ser identificável... depois de monografia concluída aí a coisa degringolou de vez, e venho mantendo a paradinha bem nas coxas, mas como tenho um grande carinho pelo espaço estamos aí, dando o tempo ao tempo sem maiores cobranças, de qualquer maneira... 

Feliz dia dos pais pra mim e Feliz aniversário Sacundin!!!!     

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz - Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz

     
     Desde que ouvi falar da Orkestra Rumpilezz pela primeira vez e soube do que se tratava meu olho brilhou, a concepção vai de encontro com vertentes musicais que me fazem muito a cabeça, semana passada (08de Junho2013) tive a oportunidade de ve-los ao vivo a uma distância que tinha no máximo 5 metros! Confesso que foi de emocionar, composições executadas com a precisão de um atirador de elite, músicos extremamente entrosados e sob o comando de um maestro carismático e genial: Letieres Leites, o grande responsável pela empreitada. 
     A Orkestra Rumpilezz foi criada em 2006 e sua estréia em disco se deu em 2009 com este albúm aí e, como não poderia ser diferente, a qualidade musical do disco fez com que eles acabassem papando vários prêmios no ano seguinte. O álbum traz ao todo 9 composições todas assinadas por Letieres, tanto autoria quanto arranjos, e um total de 10 faixas pois uma das faixas se repetem e funcionam como vinhetas de abertura e encerramento do disco. Sobre o material gerado pela Orkestra, Letieres da a seguinte explicação:

"Tanto as composições quanto os arranjos são concebidos a partir das claves e desenhos rítmicos do universo percussivo baiano. As composições são inspiradas desde os toques dos Orixás do culto do Candomblé até as grandes agremiações percussivas, como o Ilê Aiyê, Olodum e Sambas do Recôncavo"

     Apesar do trabalho ser bem original ao ouvir fica muito evidente outras influencias/referencias de Letieres, nomes como o de Moacir Santos, Baden Powell, Hermeto Pascoal e Naná Vasconcelos são inevitáveis de se pensar. Fora outras que minha ignorancia impede de identificar mas que o ouvinte mais atento saberá de onde veio. "Aláfia", por exemplo, tem uns ataques da Orkestra que me lembram "Live and Let Die", tema composto por Paul MacCartney para o filme homônimo do agente 007 lançado em 1973, aliás, essa é uma característica que muito me atrai nesse álbum, ele cairia muito bem como trilha sonora de vários filmes de ação. "Anunciação", "Floresta Azul", "Taboão"(que tem um fraseado solo sincronizadíssimo entre trumpete e timbal de emocionar), é um tema melhor que o outro.  Como se não bastasse a orquestra por si só, ainda rola aquela Cereja pra arrematar esse quitute sonoro, Ed Motta participa com seu vocalize inconfundível de uma das faixas. Meu destaque vai para "Adupé Fafá", uma das melodias, arranjo e execução que mais gostei, foooooda!!!!
     Esse é o tipo de álbum daqueles que você possivelmente vai deixar na sua playlist durante um booooom tempo 


"...É isso aí! Vamo que vamo que o som não pode parar!!!..."
   

Para Baixar e Sair Sacundindo: Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz - 2009 - LL & ORPL


Para Saber Mais: Homepage Rumpilezz


Para Assistir e Sacundir: Rumpilezz Orkestra - Coletânea de trechos das faixas contidas no álbum


Postado Por Marcel Cruz     

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Os Sete Gatinhos - Nelson Rodrigues e Neville de Almeida

     Minha adoração pelo cinema nacional deve ter começado quando eu tinha uns 10 anos de idade lembro que nessa época passava, na extinta rede Manchete, uma vez por semana, não lembro qual o dia, um programa chamado Cinema Nacional e o foco como bem diz o nome era a produção cinematografica Brasileira, pelo que bem me lembro eram títulos que hoje estão classificados como pornochanchada, na época já tinha essa classificação mas eu desconhecia. Eu não tinha TV em casa então sempre dava um jeitinho de pousar na casa de minha avó no dia do "Cinema Nacional", pra mim era o dia da "sessão punheta" pois aos 10 anos de idade a parada começa a fazer sentido e é o periodo da vida que você mais se acaba na bronha, kkkkkk.  Lembro que eu esperava ansiosamente que todos fossem dormir, a sessão começava tarde justamente para que as crianças já estivessem dormindo, eu burlava, e fazia de tudo pra dormir no sofá da sala.
     De toda a safra que assisti um me marcou muito e hoje vejo que o filme em si era digamos que um pouco pesado prum figurinha de 10 anos assistir. Mas enfim, vi, gostei do que vi e nunca mais esqueci. O filme em questão se chama "Os Sete Gatinhos" adaptação cinematografica do diretor Neville D'Almeida para a peça homônima de Nelson Rodrigues. De todo o filme o que sempre ficou muito fresco na memória foi um momento hilário, e pra mim altamente subversivo, em que "Seu Noronha" o pai da família vê na parede do banheiro desenhos obscenos e palavrões, sai furioso chama a mulher e todas as filhas... a câmera fecha no rosto de seu Noronha (interpretado magistralmente por Lima Duarte) e ele profere de maneira espetacular:

"Eu quero saber!... Quem foi que desenhou, caraaalhinhos voadores na parede do banheiro!?"

     Geniaaaaaalllll!!!! Apesar de cada um ter vida própria e serem coisas bem distintas é comum ouvirmos frases do tipo "Ah o livro é muito melhor que o filme", esse é um caso que foge a regra e  arrisco a dizer que o Neville conseguiu engrandecer ainda mais a obra de Nelson, ele só não a supera porque o Nelson é o Nelson né minha gente. As adaptações do roteiro foram muito felizes, essa dos caralhinhos por exemplo nem é tão marcante no livro, até porque Nelson não usa esse termo, no livro a fala é a seguinte: 

"- Quero saber, e você vai dizer, quem é que anda escrevendo palavrões lá no banheiro!" 

      Vocês hão de concordar que no filme a parada se torna antológica! Além de um roteiro muito bem adaptado a direção de ator está espetacular, um dos atores que até hoje não consigo gostar muito é o Antonio Fagundes, no filme ele interpreta a personagem Bibelot, o cara está genial eu nem botei fé quando revi o filme, na real nem lembrava que ele estava no elenco, outros que protagonizam cenas impagáveis são Regina Casé e Mauricio do Vale. O que acontece de fato é que o Neville consegue extrair o máximo de cada ator e isso deixa o filme mais interessante a cada minuto assistido. A trilha sonora é de Erasmo Carlos, com participações d'A Cor do Som e de Lulu Dos Santos (sic). A peça estreou em 1958 e o filme em 1980. Acho que é isso, espero que vocês se divirtam tanto quanto eu ao rever esse que pra mim é um clássico dentro da minha autobiografia cinéfila.    






Postado Por Marcel Cruz    

quarta-feira, 5 de junho de 2013

... Me dando conta e Prestando conta ...

        

           Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite meus queridos leitores e  ainda resistentes frequentadores desse espaço que tenho maior carinho em te-lo criado! Bom, foi a partir desse fato que hoje me pus a pensar buscando o motivo de tamanho descaso com o Sacundin ao longo desse último ano, esse é o seu 5º ano de existencia e eu nem comemorei, deixei a data passar batida sem nem se quer ter aparecido por aqui. Aí cá com meus botões fiquei questionando se meu desdém é/era pela falta de tempo como venho alegando quando me perguntam a respeito e cheguei a conclusão de que minha falta de tempo pro Sacundin começa mais ou menos na mesma data que comecei a ser um usuário mais assíduo da minha conta no Facebook... Touché! O tempo que eu levava gerando conteúdo é gasto em leituras de coisas fúteis ou que pouco acrescentam, vendo videos ora muito legais ora horríveis, enfim, fiquei triste pelo tempo deixado em branco, mas feliz por me dar conta disso. 
       Fora isso, uma outra questão relacionada é meu questionamento a respeito de um rumo praticamente ortodoxo relacionado as minhas postagens, pois a meu ver o suposto interesse não de todos mas de boa parte dos que por aqui passam, passa primeiramente por um interesse "sobremesístico", hum??? Ok, rs, eu explico... Bom, são poucos os que lêem o texto que acompanha os álbuns, haja vista o numero de acessos e o numero de comentários, não que esse seja um fato exato,   a maioria vem clica no link e nunca mais volta, logo, se as postagens não tiver links para download o interesse cai muito, ou seja, não tem a sobremesa. E essa sobremesa de uma maneira geral tem dado alguns problemas, alertando com notificações, os detentores dos tais direitos autorais - que muitas vezes nem perto chegam de seus autores - te apontam como um infrator, e te ameaçam... Já recebi algumas tantas e rede afora temos vários exemplos de atitudes mais severas como vimos com nosso amigo do UQT que ficou sem seus milhares de links, isso pra citar apenas um... Ta mas e daí? Sim... E daí?
       Daí que penso seriamente em transformar as postagens do Sacundin apenas em textos, links virão quando esse tipo de problema não estiver vinculado, essa reformulação toda me faz ter um outro tipo de abordagem, porém, já encontrei o áudio de vários albuns em links de youtube, o que quando encontra-los será de grande valia para ilustrar as respectivas postagens, de mais a mais creio que era isso que fiquei com vontade de falar, outra mudança é que o Sacundin vai abrir seu leque de assuntos e tudo que me der na veneta e se me der vontade vai ser desovado por aqui... Sendo assim, acho que to de volta mesmo um bem vindo pra mim novamente ao mundo do Sacundin!!! rs

E vamo que vamo que o som não pode parar!!!!

Postado Por Marcel Cruz