Segundo disco da safra de 1971, não possui nenhuma ousadia 'extra-samba' como no álbum anterior, mas meu neguinho confesso que não faz a menor falta!.
71 foi realmente um ano extremamente fértil para Paulinho. Tão bom quanto o anterior esse álbum também é recheado de preciosidades sonoras. Originalmente o volume é composto por 12 faixas, mas aqui trago a versão digital remasterizada que possui duas faixas bônus lançadas somente em compacto na época.
No álbum temos as geniais: "Perder e Ganhar", que abre o volume seguida de "Sol e Pedra", composição dedicada a Nelson Cavaquinho. A terceira faixa é a divertida crônica de "Dona Santina e Seu Antenor", depois temos "Para um amor em Recife" que segundo informações contidas no site oficial de Paulinho é uma declaração de amor dedicada a amiga e quase mãe pernambucana Dedé Aureliano. Na versão em elepê as duas seguintes encerram o lado A do mesmo: "Mal De Amor", um samba suingadíssimo do capixaba Raul Sampaio gravado originalmente em 1961/62 e "Depois da Vida", mórbida e poética composição de Nelson Cavaquinho que me lembra um pouco o roteiro de um dos filmes de José Mojica, excelente!!!
O labo B abre com o partido "Moemá Morenou", parceria de Paulinho e Elton Medeiros que também participa da gravação, em seguida temos "Óculos Escuros", composição feita por Orestes Barbosa e Valzinho em 1948 e gravada em 1955 por Zezé Gonzaga, esse música ficou entre as 100 mais tocadas no ano em que foi gravada. Paulinho da continuidade ao álbum com "Cuidado, Teu Orgulho Te Mata", do então desconhecido do grande público, Walter Alfaite - é atribuida a essa gravação a descoberta do compositor. Outro compositor que dá as caras e contribui com o repertório do álbum é o portelense Monarco com "Lenço" feita em parceria com Francisco Santana e interpretada magistralmente por Paulinho num arranjo simples e genial.
Fechando o bolachão temos "O Acaso Não Tem Pressa" parceria de Paulinho e Capinan e "Um Certo Dia Para 21", ambas excelentes!
Meu elepê não tem ficha técnica mas no site encontrei os nomes dos integrantes do time que segurou a cozinha e os metais: Flautas e Clarinete ficaram a cargo do inconfundível Copinha, trombone a cargo de Norato, Maurílio no piston, Dininho no contrabaixo, Marçal, Elton Medeiros e Oscar no ritmo e Elizeu e Juquinha nas baterias. Arranjos e regência por Lindolfo Gaya. Ouvi rumores de que o Duprat teria feito alguns arranjos desse álbum, mas creio serem apenas boatos mesmo, pois apesar de algumas coisas soarem 'a la Duprat' nada consta que confirme o fato. Com relação as duas faixas bônus nada tenho a dizer além de que são muito boas! rs. é isso aí...
"...Meu mal, é o mal de amor, não há remédio que cure a minha dor..."
Um comentário:
Quantas memórias....
Um MUITO OBRIGADO sacudindo para você!
Só não conseguir escutar a faixa (arquivo) 11 que veio corrompida. Será que só foi nas minhas duas tentativas de download?
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