Eu realmente não lembro de quando comecei a gostar de Paulinho da Viola, mas lembro claramente qual foi o primeiro disco dele que comprei. E o interessante é que cheguei até esse álbum depois de ouvir a versão dos Ambitious Lovers - duo formado por Arto Lindsay e Peter Sherer em meados da década de 80 - de "Para Não Contrariar Você", chapei e achei a música excelente já de cara, como todo curioso fui atrás de saber de quem e de quando era aquilo. Quando descobri e ouvi a versão de Paulinho aí tive overdose! É uma das melhores e de lambuja tem o arranjo do Maestro Gaya, muito bom!
A música fazia parte do clássico "Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida" um dos álbuns mais emblemáticos de Paulinho e que foi lançado em 1970.
Em 1969 Paulinho foi o vencedor do V e derradeiro festival de MPB da Record e na ocasião lançou um compacto que além da música vencedora - a mais sutil e impactante música de protesto - "Sinal Fechado" continha mais três composições, duas fariam parte do álbum que viria, ou seja, o compacto além de divulgar a música do festival também serviu como uma prévia do elepê que viria.
O elepê é composto por 11 faixas, quatro das músicas contidas no álbum se tornaram clássicas, não só do samba como da música brasileira de uma maneira geral, tais como: "O Meu Pecado" composta por Zé Ketti, "Foi um rio que passou em minha vida", "Tudo Se Transformou" e "Jurar Com Lágrimas" de Paulinho. Diferentemente do primeiro álbum, nesse Paulinho assina a autoria de 9 das faixas, os outros que assinam são Mauro Duarte (Lamentação) e o já citado Zé Ketti. Na edição em CD foi acrescentada mais duas faixas que saíram apenas no compacto citado acima "Ruas que sonhei" e "Sinal Fechado".
Quanto ao grupo que acompanha Paulinho nada temos de informação, a única informação contida na ficha técnica do volume é relacionada a direção musical de Lyrio Panicali e aos arranjos do Maestro Gaya. No site diz que teve participação do Maestro Nelsinho também, já na contra capa do álbum nada diz a esse respeito. Sem dúvida nenhuma é a galera da Portela que deve estar ao redor de Paulinho, agora, nomes exatos só perguntando pro Paulinho, rsrs.
Um fato que achei curioso e me dei conta ao reouvir esse álbum é o de que a famosa introdução com o "...Laiaaaaaaa, laiaaaaaa, laiaaa, laaaaia..." de "Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida" não existe em sua versão original, hoje em dia é praticamente impossível cantar essa música sem sua intro, não pesquisei pra saber em que momento ela surge. Ta bom de papo né? Então vamos nos deleitar com a elegância dos sambas de Paulinho...
"... Fico no meu samba, se quiser pode ficar / Vou lá na Portela mesmo que você não vá... Não darei ouvidos se você me provocar, mas aceito um beijo se você quiser me dar, se você quiser me dar..."
2 comentários:
A famosa introdução (e encerramento) de "Foi um rio que passou em minha vida" com o "...Laiaaaaaaa, laiaaaaaa, laiaaa, laaaaia...", que não existe em sua versão original, na verdade, foi criada por Jair Rodrigues, que gravou a mesma música em um compacto para o carnaval de 1970. A versão de Jair, um pouco mais "vibrante", fez estrondoso êxito nas paradas de sucesso. Sensível a isso, Paulinho, acrescentou o "laia-laiaaa" nas suas apresentações ao vivo, o que consta até hoje.
Abraços e parabéns pelo excelente blog.
Gerson
Que comentário precioso!!! Valeu pela informação meu querido e obrigado pela visita!!!!
Abraços sacundinzentos!!! rsrs
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