sábado, 31 de janeiro de 2009

O Bando - O Bando

O outro grupo a que me referia na postagem anterior é "O Bando". Lamentavelmente eles gravaram apenas este álbum que foi lançado no final de 1969 pela Polydor. Apesar da execelência musical, "O Bando" caiu totalmente na obscuridade. Acabaram passando batido no IV Festival Intenacional da Canção (FIC) onde defenderam o tema "Longe Do Tempo", de Danilo Caymmi e João Carlos Pádua, faixa que fecha o álbum e que contou com o arranjo de , ele de novo, Rogério Duprat.

Duprat também assina outro arranjo, o do tema de abertura do álbum: "...E Assim Falava Mefistófeles", composição instrumental com uma veia de rock progressivo/psicodélico ultra-visceral e de muito bom gosto, a autoria é creditada ao grupo. Outro arranjador que dá as caras por aqui é Damiano Cozzela, que veste três dos temas presentes no álbum, são eles: "Disparada", de Geraldo Vandré e Théo De Barros, que ficou geniaaaaaal! Cozzela caprichou nessa, só a introdução que criou já vale o disco todo, "Alegria, Alegria" é outra que ganha nova dimensão, eu acho genial ver o mesmo cara arranjar um tema duas vezes e de forma totalmente distinta, ele foi o responsável pela versão de Caetano e ambos os arranjos são excelentes, embora o arranjo feito pr'O Bando seja mais contido, não deixa nenhum pouco a desejar, aliás, isso faz a canção crescer ainda mais.

O último tema que Cozzela vestiu é a composição "Quem Sabe", música de Carlos Gomes com poema de Bittencourt Sampaio composta em 1859, que ganhou um arranjo moderníssimo, tanto vocal quanto instrumental, com um "quê" de retrô. As outras 6 faixas receberam arranjo do próprio grupo, e, meus queridos, eles realmente sabiam o que estavam fazendo, nota-se claramente ecos de Beatles, Stones e dos Beach Boys.

A primeira que aparece com arranjo deles é "Fossa Boboca", segunda faixa do Lado A, composição de Sergio Szelwar e Carlos Lee, o início é meio gratuito, uma batera fazendo um crescendo de notas meio sem função, não acho que tenha funcionado bem, mas o restante acho muito bom, principalmente a parte vocal que entra no finalzinho, na sequência temos, de Jorge Ben e Toquinho, "Que Maravilha", diferente d'Os Brazões, nessa eles simplesmente arrasam, a introdução da música já é fuderosa e a parte vocal recebeu um tratamento especialíssimo que em alguns momentos me faz lembrar de "Pet Sounds", álbum dos Beach Boys lançado em 1966.

As 4 seguintes são todas de autoria ou de Hermes de Aquino (considerado o representante gaúcho do tropicalismo) ou de Laís Marques (sua prima) ou de ambos. "Vou Buscar Você", de Hermes e Laís, é uma espécie de bugiu (rítmo gaúcho) camuflado e misturado com rock'n'roll, psicodelia e com um final totalmente Beatles. "Sala de Espera", de Aquino e Laís, é fenomenal, a melodia nos leva a várias "ambiências", a parte vocal novamente muito bem arranjada, é talvez a que mais gosto (na verdade é difícil eleger a que mais gosto, rsrsrs). Li em vários lugares na rede a menção de que esta música foi participante do IV FIC e que foi defendida pela própria Laís Marques, porém, a única composição que aparece sendo interpretada por Laís e Hermes no IV FIC é "Flash", sendo assim não sei o que dizer com relação a este fato, mas uma coisa é certa, a música é excelente! rsrs.

Mais duas e concluímos o álbum, "Pela Rua Da Praia", de Laís, tem uma intro e um refrão chato pra caraaaaaaalho!!! Já na parte B e C a melodia guarda algumas surpresas que o arranjo ajuda a valorizar, mas volta logo pro terrível refrão. A que restou foi "Esmagando Sua Sorte", de Hermes, esta tem a mesma vibe de "Vou Buscar Você", só que aqui o rítmo gaúcho é mais evidente e fácil de identificar, é um "bugiu'n'roll" com direito a riff de viola no final, rsrs. Acho que é isso! Espero que gostem!


"...Pela rua da praia vou passear, pela rua da praia vou passear..." AAAAAAAAAArghh!!!rsrs


Para Baixar e Sair Sacundindo: O Bando - 1969 - O Bando


Para Saber Mais: Bio "O Bando"


Postado Por Marcel Cruz

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Os Brazões - Os Brazões

Dois grupos que considero fazer parte do tropicalismo, lançaram seus álbuns de estréia em 1969, "Os Brazões" é um deles. A inserção desse grupo no movimento se consolida quando viram banda de apoio de Gal Costa durante a temporada da musa na famosa Boate Sucata no início de 1969 (exatamente aquela em que foi gravado o compacto de Caetano & Os Mutantes) e mais tarde acompanharam Tom Zé. Antes disso, apareceram tocando no IV Festival da Record com Tom Zé na então defesa de "São, São Paulo" e participando de seu primeiro álbum, que na última faixa, "Sabor De Burrice", cita a turma toda que participou das gravações. Outra importante participação foi como banda de Jards Macalé, defendendo "Gotham City" no IV Festival Internacional da Canção (FIC), acho que foram os únicos a registrar em disco esse tema na época.

Com uma vida fonográfica efêmera, segundo o Dicionário Cravo Albin, o grupo conta com apenas dois registros, um de 1969 e outro de 1970, este nunca ví, até achava que tinham somente o de 69. Dados biográficos a respeito do grupo quase não se encontra. Eles acabaram entrando pro grupo das bandas obscuras da década de 60/70. O integrante mais "famoso" do grupo é Miguel de Deus, que mais tarde gravou discos solo e montou outros grupos, todos tão obscuros quanto esse.

O álbum como um todo é bem legal, o repertório é dividido entre canções autorais e re-leituras de temas tropicalistas ou recorrentes de 1969.

A faixa escolhida pra abrir o álbum foi "Pega a Voga Cabeludo", de Gilberto Gil, num arranjo que mostra toda a verve do grupo e destaca já de cara os elementos que ganham um tratamento todo especial ao longo do disco, como percussão e guitarras. A parte vocal é interessante, mas as vezes chapa demais. O segundo tema do álbum leva a assinatura de Guilherme Dias Gomes e Luciano Bastos, "Canastra Real", tem uma veia meio Wes Montgomery no início que é bem legal, essa composição concorreu no IV FIC, segue abaixo um texto sobre a composição e o episódio:

"..."Canastra Real" foi composta por Guilherme Dias Gomes e Luciano Bastos, ela recebeu tratamento luxuoso para entrar no IV Festival Internacional da Canção com pé direito. Com orquestra regida por Rogério Duprat (o maestro da Tropicália) e a banda Os Brazões, que acompanhava a turnê de Gal Costa, a canção era vista como possível surpresa da competição. No dia da apresentação, Os Brazões também defenderam "Gotham City", composição de Jards Macalé e Capinan, cujo experimentalismo não foi bem recebido pelo público. "Gotham City" foi soterrada por vaias e a banda ficou marcada. Quando os músicos voltaram para tocar "Canastra Real", o público não quis saber de uma segunda chance. Para frustração de Guilherme, foram vaias massacrantes do começo ao fim da música."

A terceira faixa do álbum é mais uma composição assinada pela dupla Macalé / Capinan, "Módulo Lunar", que, creio, se tivesse participado do festival, seria tão vaiada quanto foi "Gothan City", rsrsrs, isso porque leva a mesma linha de experimentalismo, acho essa até mais exótica que "Gothan...". Seguindo temos mais uma de Gilberto Gil, "Volks Volkswagen Blue", num arrajo bem econômico, porém certeiro, gostei do arranjo. Ainda no Lado A temos "Tão Longe De Mim", composição de autoria de Lais Marques que me lembrou um pouco de "Paralamas Do Sucesso"! Deveria ser o oposto, não? rsrsrs. Essa é uma música que caberia nos 80 bem de boa... Com relação ao compositor, talvez o trabalho mais conhecido de Lais Marques seja a trilha da novela "A Idade Do Lobo" de 1972. Fechando o Lado A temos, de Jorge Ben e Toquinho ,"Carolina, Carol Bela", que ganhou uma introdução genial com uma "vibe" bem samba-rock.

O Lado B abre com uma composição de Tom Zé chamada "Feitiço", essa faixa também foi registrada por Tom Zé no mesmo ano mas lançada somente em compacto. Depois temos mais uma de Lais Marques, "Planador", seguida de "Espiral", a única canção assinada de fato por integrantes da banda, os autores são: Miguel de Deus e Sergio Luiz, eles deveriam ter assinado mais faixas pois é uma das melhores do álbum, o arranjo é excelente, aliás, falando em arranjo, o álbum foi todo arranjado pelo próprio grupo, isso aumenta ainda mais o mérito deles, tropicalistas sem Duprat! rsrs. A seguinte é a ultra-comentada "Gothan City".

Encerrando o álbum temos mais duas, a instrumental "Momento B/8" assinada por Rogerio Duprat e Brasilian Octopus, um Acid-Jazz genial, e "Que Maravilha", que ganhou um tratamento bem "nas coxas", é como se fosse continuação de "Carol, Carolina Bela" mas sem nenhuma novidade, eles fizeram uso da mesma base rítmica e acrescentaram um rifizinho bem jaguara, totalmente dispensável, deveriam ter concluído o álbum com "Momento B/8". Tirando esse detalhe, acho um disco bem foda, a cada ouvida tenho gostado mais. Acho que é isso, ficou grandinho esse texto, não? rsrsrs


"...Cuidaaaaaaaaaaaado!!!! Há um morcego na porta principal!!!..."



Para Baixar e Sair Sacundindo: Os Brazões - 1969 - Os Brazões


Para Saber Mais: Bio Miguel De Deus - Bio Os Brazões


Postado Por Marcel Cruz

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Gal Costa - Gal

Dois álbuns lançados num mesmo ano. Gal entrou em 1969 com os dois pés e dê-lhe porrada! Lançado no final de 1969, esse segundo álbum solo de Gal vem recheado de psicodelismo, a capa, assinada por Dicinho já dá indícios do que tem nos sulcos do vinil. É, sem dúvida, o álbum mais visceral que Gal já fez, e a loucura não veio sozinha. Assinando os arranjos , ele, sempre ele, Rogério Duprat! E como banda de apoio os geniais Lany Gordin, que nesse álbum foi o responsável por: Baixo, Guitarra Base e Guitarra Solo, Eduardo Portes de Souza e Diógenes Burni Filho na bateria e Jards Macalé que, além de tocar violão, da uma enorme contribuição nos vocais em quase todas as faixas.

O álbum abre com a emblemática "Cinema Olympia", que tinha sido registrada por Caetano no lendário show, que depois virou disco, "Barra69" e, numa versão que serviu de guia pra gravação de Gal, em seguida temos uma composição de Jorge Ben chamada "Tuareg", essa faixa fez parte da trilha sonora do filme "Roberto Carlos e o Diamante Cor-De-Rosa", segundo longa do Rei lançado no ano seguinte (1970). A terceira faixa inicia com um solo de Lany que vem esmirilhando tudo, a composição é de Gilberto Gil e se chama "Cultura e Civilização", letra e música espetaculares. Quem aparece novamente é Jorge, Salve Jorge! Gal canta acompanhada por Gil e Caetano a excelente "País Tropical", hit absoluto de 1969 numa roupagem pra lá de alto-astral, quem ouve não faz idéa do clima tenso pré-exilio que pairava no ar, Gil rouba a cena e dá um show nos improvisos vocais. A canção seguinte foi composta por Roberto e Erasmo Carlos e feita sob medida para a musa da tropicália, o nome não poderia ser outro: "Meu Nome é Gal".

Gil aparece assinando mais duas composições: "Com Medo, Com Pedro" e "Objeto Sim, Objeto Não", a que mais gosto do álbum, ambas ultra psicodélicas e geniais, visceralidade é a palavra de ordem.

Para complementar Gal também grava, com participação de Jards Macalé, "The Empty Boat", composição de e gravada por Caetano Veloso no mesmo período.

Já que novamente tocamos no nome de Macalé é justamente ele e Capinam que assinam a faixa que fecha o volume "Pulsars e Quasars", tão doida quanto "Objeto Sim, Objeto Não", na verdade é difícil eleger qual delas seria a mais doida de fato, rsrsrs. Acho que é isso! Apenas uma palavra pro disco: GE-NI-A-LÍS-SI-MO!

Ah! Lany Gordin definitivamente é um show a parte!


"...A cultura, a civilização, elas que se danem, ou não..."




Para Baixar e Sair Sacundindo: Gal Costa - 1969 - Gal


Postado Por Marcel Cruz

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Caetano Veloso - Caetano Veloso (Álbum Branco)

É engraçado reparar a maneira de como uma mesma situação é contornada por pessoas distintas.

1969 não foi um ano nada fácil, nem pra Gil, nem pra Caetano. Ambos passaram pelos mesmos dilemas, estavam juntos naquela sucessão de fatos, porém, enquanto Gil se munia de pensamentos ultra positivos e tentava ver o lado "aproveitável" da situação, embora tal empreitada fosse um tanto árdua, Caetano se afundava em depressão.

Ambos foram expulsos e exilados. Gil se embrenhou por Londres e em pouco tempo estava fazendo shows por lá, já Caetano...

Nos álbuns que ambos deixaram antes de partir fica bem claro o efeito do exilio sobre cada um. O de Gil está ali embaixo e o de Caetano vamos comentar agora.

Bom... o álbum, como o de Gil, conta com o trabalho genial de Rogério Duprat, que recebeu os tapes com os vocais e os acompanhamentos de violão, executados por Gil, pouco antes da partida deles. O time de músicos foi praticamente o mesmo em ambos os álbuns, ou seja, "The Drem Team": Lanny Gordin que rouba a cena geral com sua guitarra alucinógina, Wilson Das Neves, o rei do groove, batera na medida exata, Sergio Barroso na "baixaria", o gênio Chiquinho De Moraes no Piano e Orgão e pra fechar a escalação, na seção rítmica, Tião Motorista .

O clima do álbum, apesar de umas faixas pseudo-alegres, é bem deprê e a meu ver bem existêncialista. Abre o volume a faixa "Irene", um baião pra lá de bonito que Duprat incrementou com um arranjo excelente e deu uma valorizada num momento que era supostamente erro de gravação. Na letra, Caetano enfatiza o "...Eu não sou daqui, Eu não tenho nada...", princípio de uma sucessão de versos existencialistas ao longo do disco. A segunda faixa foi escrita em inglês e leva o nome de "The Empty Boat", tem uma letra desoladora que associada ao arranjo de Duprat pode levar o nego a cortar os pulsos, rsrsrs. A seguinte é uma adaptação de Caetano para uma canção de domínio público bastante conhecida chamada "Marinheiro Só", mais uma vez na letra o ênfase do "...eu não sou daqui...". Essa faixa serviu de base para outra composição, que Caetano gravou dois anos depois em seu primeiro álbum gringo, com o nome de "If You Hold a Stone". Seguindo temos outra em inglês, "Lost In The Paradise", mais existencialismo numa melodia genial "...My little grasshopper Airplane Cannot fly very high (...) I'm lost in my old in my own green light..." e pra fechar o refrão "...Just let me say who am I...".

Mais duas faixas e temos o lado A do Lp fechado, são elas: "Atrás do trio elétrico", um frevo arretado com intervenções "guitarrísticas" muito bem colocadas por Lanny, e a outra, um fado com a famosa citação do poeta português Fernando Pessoa que já é citação de outro (Pompeo - 106-48 a.C): "Navegar é preciso, Viver não é preciso", a música ganhou o nome de "Os Argonautas".

O Lado B abre com uma melancólica versão de "Carolina", composição de Chico Buarque, seguida de um tango do argentino Enrique Santos Discépolo, a composição é de 1935, e sofreu uma pequena adaptação de Caetano que no lugar de:

"...Mezclao con Stavinsky va Don Bosco y "La Mignón", Don Chicho y Napoleón, Carnera y San Martín..."

canta:

"...Mezclao con Toscanini, Ringo Star y Napoléon, Don Bosco y Marinón, John Lennon y San Martín..."

Caetano incluiu dois integrantes dos Beatles no meio do tango! rsrsrs. Apesar da data de publicação (1935), a composição é de uma atualidade incrível, sem falar que o arranjo do Duprat... (como eu babo ovo pra esse cara! rsrsrs), mas seguindo temos o 'Iê-Iê-Iê Romântico' "Não Identificado", composição gravada por Gal no mesmo período. Caetano segue fazendo bonito com uma releitura, que se tornaria clássica, de Fernando Lobo, "Chuvas De Verão", lançada originalmente em 1949 na voz de Francisco Alves.

O que segue é uma parceria entre Caetano, Rogério Duarte e Rogério Duprat, "Acrilírico", na mesma linha de "Objeto Semi-Identificado", do disco de Gil, porém, um pouco mais contida, Gil, Rogério Duarte e Jussara Moares participam da faixa. Fechando o lado B temos a genial "Alfômega", composição de Gil. Em 1998 o Pato Fu fez uma versão pra lá de escrota dessa música e deu o nome de "A Necrofilia Da Arte", totalmente dispensável, a original é genial!

Como faixa bônus acrescentei no arquivo "Charles, Anjo 45", composição de Jorge Ben que participa da gravação. Essa faixa foi lançada apenas em compacto. É isso aí!!!

"...Eu quero ir minha gente, Eu não sou daqui, Eu não tenho nada, Quero ver Irene rir, Quero ver Irene dar sua risada..."



Para Baixar e Sair Sacundindo: Caetano Veloso - 1969 - Caetano Veloso (Álbum Branco)


Para Saber Mais: Whitealbum


Postado Por Marcel Cruz

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Os Mutantes - Mutantes

É impossível abranger ou comentar qualquer coisa que seja a respeito deste álbum e não falar do 4º Mutante. Não, eu não estou me referindo ao baixista Arnolpho Lima, nem tampouco ao baterista Ronaldo Leme, mas sim ao sujeito "oculto" e de suma importância na estética sonora "mutântica" chamado Cláudio César Dias Baptista: "o construtor".

Conhecido pela sigla CCDB, Claudio e seus inúmeros projetos foram elementos chave para a construção dessa identidade sonora impar que teve Os Mutantes. Ele foi o responsável pelas engenhocas que o trio incluia em seus álbuns e apresentações, talvez a mais famosa seja a venerada "Guitarra De Ouro", empunhada por Sergio Dias ao longo da existência da banda, e, se não me engano, usada por Serginho até hoje. Fora isso, Cláudio construiu mesas de som, amplificadores, ele construiu o theremin usado pelos Mutantes na música "2001" , além de uma infinidades de efeitos do tipo usado em "Dia 36", faixa que junto com "2001" integram este álbum. Se eu fosse pontuar cada contribuição feita por CCDB para o grupo eu teria que escrever um livro! rsrsrs. Por isso fico por aqui.

Cláudio abandonou sua carreira de construtor e engenheiro migrando para uma carreira de escritor. Escreveu uma obra chamada "Géa" que é composta por 13 volumes e mais um dicionário, comercializada digitalmente. Nos link abaixo vocês encontrarão mais iformações a respeito. Além da obra "Gea", sabe-se da existência de uma biografia dos Mutantes escrita em inglês, chamada "We, Mutantes", que não foi, e pelo jeito nem será publicada. Mas agora chega de falar de CCDB e vamos ao disco.

O álbum foi lançado em Fevereiro de 1969. Três das faixas contidas no volume já eram bem conhecidas do público por intermédio dos festivais. A excelente "Dom Quixote", que abre o álbum , foi eliminada na 3ª fase do IV Festival De Musica Popular Brasileira e "2001", parceria de Rita Lee e Tom Zé , conquistou o 4º lugar no mesmo festival. A terceira que também concorreu festival foi "Caminhante Noturno", faixa que fecha o álbum e uma das obras-primas da música brasileira. Nela, Os Mutantes, se mostram realmente monstruosos, é tudo muito genial, Duprat acertou a mão no arranjo de uma maneira tão fabulosa que chega arrepiar, mas infelizmente o público não entendeu, foi demais pra eles, tanto que no finalzinho da gravação que foi lançada no álbum do festival ouve-se o público gritanto "Bicha! Bicha! Bicha!", rsrsrs, reflexo de alguma ação feita no palco. Na verdade eles se apresentaram para defender essa composição um pouco depois do episódio de "É Proibido Proibir", ou seja, o público não estava lá muito amigável, mas ainda assim a canção ficou em 6º lugar no III Festival Internacional Da Canção.

Fora isso temos ainda mais 8 porradas! "Não Vá Se Perder Por Aí", irreverência de cabo a rabo, "Dia 36", surrealismo sonoro, "Algo Mais", que foi trilha da campanha publicitária da Shell no mesmo ano, "Fuga Nº2", segundo o que li é uma espécie de continuação de uma música dos Beatles, só esqueci o nome da música, rsrsrs, "Banho De Lua", hit de Celly Campelo, "Rita Lee", um ragtime que narra anseios e desejos de Rita, "Mágica", que acaba com o riff de "I Can Get No (Satisfaction)" deixando claro o que mais os influênciava. E a oitava e última porrada é outra parceria entre Mutantes e Tom Zé, "Qualquer Bobagem", GE - NI - AL!

Como bônus acrescentei ao arquivo dois clipes, queria colocar mais, mas não cabiam. O primeiro é a série de comerciais que eles fizeram pra SHELL, são 5 se não me engano, e o segundo é o "clip" de "Fuga Nº2", que foi ao ar em 1970 na Tv Cultura.

É isso aí! Boa Diversão!!!


"...Cuidado meu amigo, Não vá se estrepar, Não queira dar o passo mais largo, Que as pernas podem dar..."



Para Baixar e Sair Sacundindo: Os Mutantes - 1969 - Mutantes


Para Saber Mais: CCDB / Géa - Bio


Para Assistir e Sair Sacundindo: 2001 - Festival


Postado Por Marcel Cruz